Para o presidente do Fed, Ben Bernanke, a crise na Europa e o orçamento americano impedem um ritmo mais acelerado da retomada do país
Ben Bernanke, presidente do FED, Banco Central dos Estados Unidos (Alex Wong/Getty Images)
Em discurso no Congresso americano, Bernake fez uma avaliação sombria das perspectivas para a economia mais importante do mundo, prevendo um desempenho lento para este ano e também para o próximo, além de um futuro cheio de armadilhas tanto para os EUA como para a Europa. "Dado que o crescimento é projetado para ficar em um nível que absorva as novas levas da força de trabalho, a redução dos níveis de desemprego tem sido frustrantemente lenta", afirmou em seu discurso semestral.
No primeiro trimestre, a economia americana cresceu 2%. Segundo o presidente do Fed, membros de sua equipe preveem que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deva ficar entre 1,9% e 2,4% neste ano – estimativas piores que as de janeiro.
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Com a taxa de desemprego ainda em 8%, mesmo após quase quatro anos desde o ápice da crise imobiliária, alguns investidores podem entender que a fala de Bernanke é um anúncio de que mais medidas de estímulo devem ser tomadas. Contudo, ele não indicou que qualquer medida nova estaria prestes a ser implantada.
Em sua última reunião, de junho, o comitê do Fed concordou em prorrogar um programa de compra de títulos para impulsionar a recuperação – medida que foi considerada insuficiente pelo mercado.
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Bernanke disse também que o nível de confiança segue baixo, o que impede que novos investidores entrem no mercado, diminuindo ainda mais o ritmo de crescimento. Ele ressaltou que há sinais de melhora na economia, como o aumento das vendas de casas novas, mas questões mais amplas (como o orçamento dos EUA e a crise da zona do euro) estão atreladas ao "coração da economia".
"A possibilidade de que a situação na Europa piore ainda permanece como um risco significativo para a economia americana", afirmou. Ao mesmo tempo, completou Bernanke, os países europeus possuem o estímulo e as ferramentas necessárias para sair da crise.
(com Agence France-Presse)
17 de julho de 2012
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