"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 17 de julho de 2012

BC DOS EUA FAZ PROGNÓSTICO SOMBRIO DA ECONOMIA

Para o presidente do Fed, Ben Bernanke, a crise na Europa e o orçamento americano impedem um ritmo mais acelerado da retomada do país

Ben Bernanke, presidente do FED, Banco Central dos Estados Unidos
Ben Bernanke, presidente do FED, Banco Central dos Estados Unidos (Alex Wong/Getty Images)
O presidente do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve, o Fed), Ben Bernanke, disse nesta terça-feira que os dados sobre a economia do país têm sido decepcionantes e que a redução do número de desempregados, bem como a recuperação da atividade, deve ser "frustrantemente" lenta.

Em discurso no Congresso americano, Bernake fez uma avaliação sombria das perspectivas para a economia mais importante do mundo, prevendo um desempenho lento para este ano e também para o próximo, além de um futuro cheio de armadilhas tanto para os EUA como para a Europa. "Dado que o crescimento é projetado para ficar em um nível que absorva as novas levas da força de trabalho, a redução dos níveis de desemprego tem sido frustrantemente lenta", afirmou em seu discurso semestral.

No primeiro trimestre, a economia americana cresceu 2%. Segundo o presidente do Fed, membros de sua equipe preveem que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deva ficar entre 1,9% e 2,4% neste ano – estimativas piores que as de janeiro.

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Com a taxa de desemprego ainda em 8%, mesmo após quase quatro anos desde o ápice da crise imobiliária, alguns investidores podem entender que a fala de Bernanke é um anúncio de que mais medidas de estímulo devem ser tomadas. Contudo, ele não indicou que qualquer medida nova estaria prestes a ser implantada.

Em sua última reunião, de junho, o comitê do Fed concordou em prorrogar um programa de compra de títulos para impulsionar a recuperação – medida que foi considerada insuficiente pelo mercado.

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Bernanke disse também que o nível de confiança segue baixo, o que impede que novos investidores entrem no mercado, diminuindo ainda mais o ritmo de crescimento. Ele ressaltou que há sinais de melhora na economia, como o aumento das vendas de casas novas, mas questões mais amplas (como o orçamento dos EUA e a crise da zona do euro) estão atreladas ao "coração da economia".

"A possibilidade de que a situação na Europa piore ainda permanece como um risco significativo para a economia americana", afirmou. Ao mesmo tempo, completou Bernanke, os países europeus possuem o estímulo e as ferramentas necessárias para sair da crise.
(com Agence France-Presse)

17 de julho de 2012

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