O falido modelo político-econômico
tupiniquim foi desmoralizado pelo pai do homem mais rico do Brasil. O empresário
e engenheiro Eliezer Batista, de 88 anos de idade, advertiu que o Brasil está
virando “uma colônia europeia africana do século passado”, se não assumir uma
postura mais agressiva na exportação de produtos industrializados, em vez de só
exportar produtos básicos, que não agregam valor e nem criam empregos de
qualidade.
Águias do mercado interpretam que a
mensagem de Eliezer foi contra a equipe de Dilma Rousseff, que vem criando
dificuldades para o grupo EBX, de Eike, e facilidades para concorrentes dele,
como o banqueiro André Esteves, do grupo BGT, que entra pesado nos mesmos
negócios da família Batista.
Eliezer reclamou que o
mercado financeiro está sendo “exagerado e injusto” com os empreendimentos do
grupo EBX, principalmente na difícil exploração de petróleo no litoral Norte do
Estado do Rio de Janeiro.
O recado do pai de Eike Batista, que foi
fundador da Vale do Rio Doce e hoje faz parte do Conselho de Administração da
holding de Eike, foi dado nas comemorações pelos 203 anos da Associação
Comercial do Rio de Janeiro.
Em seu discurso, Eliezer Batista também pregou que
o país precisa de mais ordem e civismo, além de uma
transformação cultural. Receitou que o País precisa de um conhecimento mais
aprofundado, principalmente investindo na formação de docentes e parando com o
discurso genérico de investir em educação sem realmente fazer algo de concreto
pelo setor.
Eliezer sugeriu que o modelo a se seguir é o coreano que se baseia
na inovação tecnológica.
O tom meio
nacionalista do discurso de Eliezer também é uma queixa velada contra parceiros
internacionais de Eike que parecem investir contra ele, para lhe tomar os
lucrativos negócios, no momento mais oportuno – num sistema parecido com
aquele adotado pelos banqueiros Rothschild contra o empreendedor brasileiro
irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, no século XIX.
Como o pai de Eike é uma velha raposa,
que enxerga vários movimentos a frente do mercado e dos políticos, já deve estar
agindo nos bastidores para neutralizar os ataques contra o filho. Se a operação
de Eliezar vai dar certo, só o tempo dirá.
O sinal é que Eike teria contrariado
a Oligarquia Financeira Transnacional, e pode pagar um alto preço por isso, tal
como ocorreu, no passado, com Mauá, que foi parceiro dos banqueiros, foi levado
à falência e só sobreviveu e deu a volta por cima, no fim da vida, graças ao seu
talento de administrador e contador.
Jorge
Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
17 de julho de 2012
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