"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 17 de julho de 2012

ELIEZER BATISTA CONDENA MODELO ECONÔMICO DO BRASIL PARA ATIRAR NO GOVERNO E BANCOS QUE ATRAPALHAM O FILHO EIKE

O falido modelo político-econômico tupiniquim foi desmoralizado pelo pai do homem mais rico do Brasil. O empresário e engenheiro Eliezer Batista, de 88 anos de idade, advertiu que o Brasil está virando “uma colônia europeia africana do século passado”, se não assumir uma postura mais agressiva na exportação de produtos industrializados, em vez de só exportar produtos básicos, que não agregam valor e nem criam empregos de qualidade.
 
Águias do mercado interpretam que a mensagem de Eliezer foi contra a equipe de Dilma Rousseff, que vem criando dificuldades para o grupo EBX, de Eike, e facilidades para concorrentes dele, como o banqueiro André Esteves, do grupo BGT, que entra pesado nos mesmos negócios da família Batista.
Eliezer reclamou que o mercado financeiro está sendo “exagerado e injusto” com os empreendimentos do grupo EBX, principalmente na difícil exploração de petróleo no litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro.
 
O recado do pai de Eike Batista, que foi fundador da Vale do Rio Doce e hoje faz parte do Conselho de Administração da holding de Eike, foi dado nas comemorações pelos 203 anos da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
 
Em seu discurso, Eliezer Batista também pregou que o país precisa de mais ordem e civismo, além de uma transformação cultural. Receitou que o País precisa de um conhecimento mais aprofundado, principalmente investindo na formação de docentes e parando com o discurso genérico de investir em educação sem realmente fazer algo de concreto pelo setor.
Eliezer sugeriu que o modelo a se seguir é o coreano que se baseia na inovação tecnológica.
 
O tom meio nacionalista do discurso de Eliezer também é uma queixa velada contra parceiros internacionais de Eike que parecem investir contra ele, para lhe tomar os lucrativos negócios, no momento mais oportuno – num sistema parecido com aquele adotado pelos banqueiros Rothschild contra o empreendedor brasileiro irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, no século XIX.
 
Como o pai de Eike é uma velha raposa, que enxerga vários movimentos a frente do mercado e dos políticos, já deve estar agindo nos bastidores para neutralizar os ataques contra o filho. Se a operação de Eliezar vai dar certo, só o tempo dirá.
O sinal é que Eike teria contrariado a Oligarquia Financeira Transnacional, e pode pagar um alto preço por isso, tal como ocorreu, no passado, com Mauá, que foi parceiro dos banqueiros, foi levado à falência e só sobreviveu e deu a volta por cima, no fim da vida, graças ao seu talento de administrador e contador.
 
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
17 de julho de 2012

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