"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 6 de julho de 2012

COMEÇARAM A DEIXAR O NAVIO

Uma das características do Partido dos Trabalhadores PT e que o fez um partido forte, foi a estreita união entre seus filiados. Foi esta que o levou à presidência da República em 2003.


Logo no final desse mesmo ano, surgiu a primeira dissidência séria, que resultou na expulsão, dos deputados Luciana Genro (RS) e João Batista, o Babá (PA), ainda da senadora Heloísa Helena (AL), que por não concordarem com as decisões ditas “neoliberai” do setor econômico do PT, passaram a votar contra as determinações do partido, especialmente não aceitando a nomeação de Henrique Meirelles, para a presidência do Banco Central, pois, segundo eles, o PT prometera tomar outros rumos com relação à economia.
Não aceitaram ir para outros partidos e assim fundaram o Partido Socialismo e liberdade PSOL.
Num vale tudo, para ver quem ficava o dono das benesses e da chave do cofre forte nacional, levou o PT a ser um partido fragmentado em várias tendências, muitas vezes antagônicas.

Esse ano as desavenças recrudesceram, na escolha dos candidatos à prefeitura das grandes cidades, esta passou a ser uma prerrogativa de quem está mandando, ignorando-se o sistema de escolha por voto interno.

A coisa começou por São Paulo, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu lançar seu candidato “in pectore” Fernando Haddad, ignorando os outros pretendentes e principalmente a senadora (PT-SP) Marta Suplicy.
Está sentiu o golpe, mas continuou no partido a espera do que vai acontecer. O que não foi o caso do deputado federal Maurício Rands (PT-PE), que sentido-se preterido na escolha pelo partido de Humberto Costa, como candidato a prefeito de Recife, saiu do PT e renunciou ao seu mandato na Câmara.
Maurício não saiu silenciosamente, deixou uma carta bomba atrás de si (3/7):

“Carta ao Povo de Pernambuco

Venho aqui me comunicar diretamente com meus eleitores, companheiros, amigos e com o povo de Pernambuco, em especial com os militantes do Partido dos Trabalhadores – PT, que compartilharam comigo tantas lutas pela democracia e pela construção de uma sociedade melhor.
Nas prévias internas de definição do candidato do PT e da Frente Popular, durante dois meses, participei de intenso debate sobre o Recife e a vida partidária.
Interagi com os militantes, na compreensão conjunta de que a melhoria na condição de vida na cidade é um processo de construção coletiva no qual o partido tem grande responsabilidade em servir de exemplo na demonstração de práticas democráticas.
Testemunhei todo o engajamento desprendido e consciente de milhares de pessoas nesse nobre debate. Destes militantes, levarei sempre as melhores lembranças e a eles sou profundamente grato.

Leia a íntegra em Carta ao Povo de Pernambuco Por Mauricio Rands

A “presidenta” Dilma Roussef, que desde o começo vem governando com dificuldades por deficiências próprias e ingerências do PT, a cada da que passa fica mais isolada.

06 de julho de 2012
Giulio Sanmartini

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