O artigo do Magu sobre o saudável hábito de consumir azeite de oliva extra-virgem teve o pendor de suscitar, entre nossos leitores, especialmente Anhangüera e Sledgehammer, comentários sobre as delícias do consumo do mesmo independente de suas características salutares.
Imediatamente me veio à memória a uma cena de “O Poderoso Chefão III”. Dom Altobello o calejado mafioso graduado, compadre do Capo di Tutti Cappi Michael Corleone, viaja para a vila de Monteverde na Sicília, onde se reunirá com o sicário Mosca e seu filho Spara para encomendar a morte de Michael, seu pretenso amigo.
Quando Dom Altobello chega na quinta de Mosca e Spara sendo um “uomo di respetto” (Homem de Respeito) é recebido com o que de melhor podem oferecer-lhe. Ou seja, colocam à sua frente um prato cheio de azeite local e pão fresco. O velho conspirador passa o pão no azeite com um ar de indizível satisfação e lambuza-se todo comendo a iguaria. Uma cena incrível, bem feita e fácil de entender para quem já tenha comido pão italiano embebido em azeite extra-virgem. É realmente um dos pequenos-grandes prazeres da vida.
O azeite de oliva na verdade faz parte da carreira dos Corleone. Na década de 20 o patriarca Vito Corleone fundara uma empresa como fachada para seus negócios. A Genco Pura Olive Oil Company. O nome era uma homenagem a seu companheiro de infância e “consigliere” (conselheiro) Genco Abbandando. A importadora de azeite veio a ser a maior importadora de azeite dos Estados Unidos. Na década de 30 foi pivô da luta pelo poder entre Vito Corleone a Salvatore Maranzano no que passou a ser conhecido como a Guerra do Azeite de Oliva.
Nos filmes da série a comida é um fio condutor importante. Quando começa uma guerra entre gangues e os mafiosos de dirigem “aos colchões” (ou seja, equipam apartamentos como esconderijos com colchões, como se fossem os beliches de um quartel) passam a cozinhar. Há nos três filmes mais de uma cena de algum velho assassino calejado apalpando tomates para ver se estão no ponto, picando cebola e alho mexendo nas panelas ralando o queijo e depois a quadrilha toda se reunindo para comer.
Há o emissário enviado à confeitaria comprar “cannolis” (tubetes de uma massa adocicada frita recheados com uma mescla de requeijão e frutas cristalizadas) e até há o evento de um assassino entregando uma caixa de cannolis a alguém e depois fuzilando-o com uma “lupara” (espingarda calibre 12 com cano e coronha encurtados). Após o fuzilamento diz ao seu assecla: “Deixe a arma mas pegue os cannolis”.
Agora só me resta torcer para que o nosso editor, membro confesso da Liga de Defesa da Reputação Italiana não censure este artigo ou mande algum sicário tipo Cesare Battisti calar a minha boca.
Notem bem: Cesare Battisti não é um Dom Cesare. É um mero “Cesare o Sicário”. Não é “uomo di respetto”.
(*) Foto: Pieter W. Botha (1916/2006), presidente da África do Sul de 1984/89, eleito com ajuda dos votos de sul-africanos emigrados para o Rio Grande do Sul. É o autor dessa afirmativa: “Pretoria foi erguido pela mente branca para o homem branco. Não somos obrigados a provar a qualquer um nem mesmo aos pretos que nós somos um povo superior. Já demonstramos de mil e uma maneiras”.
(*) Honorável Sociedade – Nossa Coisa – Cosa NOstra - Máfia
Ralph J. Hofmann
06 de julho de 2012
Imediatamente me veio à memória a uma cena de “O Poderoso Chefão III”. Dom Altobello o calejado mafioso graduado, compadre do Capo di Tutti Cappi Michael Corleone, viaja para a vila de Monteverde na Sicília, onde se reunirá com o sicário Mosca e seu filho Spara para encomendar a morte de Michael, seu pretenso amigo.
Quando Dom Altobello chega na quinta de Mosca e Spara sendo um “uomo di respetto” (Homem de Respeito) é recebido com o que de melhor podem oferecer-lhe. Ou seja, colocam à sua frente um prato cheio de azeite local e pão fresco. O velho conspirador passa o pão no azeite com um ar de indizível satisfação e lambuza-se todo comendo a iguaria. Uma cena incrível, bem feita e fácil de entender para quem já tenha comido pão italiano embebido em azeite extra-virgem. É realmente um dos pequenos-grandes prazeres da vida.
Nos filmes da série a comida é um fio condutor importante. Quando começa uma guerra entre gangues e os mafiosos de dirigem “aos colchões” (ou seja, equipam apartamentos como esconderijos com colchões, como se fossem os beliches de um quartel) passam a cozinhar. Há nos três filmes mais de uma cena de algum velho assassino calejado apalpando tomates para ver se estão no ponto, picando cebola e alho mexendo nas panelas ralando o queijo e depois a quadrilha toda se reunindo para comer.
Há o emissário enviado à confeitaria comprar “cannolis” (tubetes de uma massa adocicada frita recheados com uma mescla de requeijão e frutas cristalizadas) e até há o evento de um assassino entregando uma caixa de cannolis a alguém e depois fuzilando-o com uma “lupara” (espingarda calibre 12 com cano e coronha encurtados). Após o fuzilamento diz ao seu assecla: “Deixe a arma mas pegue os cannolis”.
Agora só me resta torcer para que o nosso editor, membro confesso da Liga de Defesa da Reputação Italiana não censure este artigo ou mande algum sicário tipo Cesare Battisti calar a minha boca.
Notem bem: Cesare Battisti não é um Dom Cesare. É um mero “Cesare o Sicário”. Não é “uomo di respetto”.
(*) Foto: Pieter W. Botha (1916/2006), presidente da África do Sul de 1984/89, eleito com ajuda dos votos de sul-africanos emigrados para o Rio Grande do Sul. É o autor dessa afirmativa: “Pretoria foi erguido pela mente branca para o homem branco. Não somos obrigados a provar a qualquer um nem mesmo aos pretos que nós somos um povo superior. Já demonstramos de mil e uma maneiras”.
(*) Honorável Sociedade – Nossa Coisa – Cosa NOstra - Máfia
Ralph J. Hofmann
06 de julho de 2012
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