No Conselho de Segurança, Rússia e China vetam resolução sobre a Síria proposta pelo Ocidente
A Rússia e a China vetaram uma resolução sobre a crise síria apresentada pelos Estados Unidos e seus aliados europeus no Conselho de Segurança da ONU nesta manhã. Esta foi a terceira vez que Moscou e Pequim usaram o seu poder de veto no órgão decisório máximo das Nações Unidas. Foram 11 votos a favor, além de abstenções de Paquistão e África do Sul.
Os representantes dos EUA, da Grã Bretanha, da França, da Alemanha e de outros países consideraram lamentável a decisão russa e chinesa de vetarem mais uma vez a iniciativa do Ocidente, em um sinal claro de que, mesmo depois de 17 meses de levantes na Síria e uma violência que deixou ao menos 13 mil mortos, a comunidade internacional continua dividida.
O texto previa a prorrogação da missão observadora da ONU e a implementação de um plano de transição política proposta pelo ex-secretário geral da entidade e mediador do conflito, Kofi Annan, com a inclusão do artigo 41 do capítulo 7 da carta das Nações Unidas, que prevê a ameaça de sanções. A Rússia e a China concordam com a primeira parte, mas discordam da medida ameaçando o regime de Bashar Assad caso este não cumpra com as determinações da resolução.
Na avaliação de Moscou e Pequim, o objetivo do Ocidente não é sanções, e sim abrir espaço para o artigo 42 no futuro, que permite intervenção militar, como aconteceu na Líbia no ano passado. Além disso, os dois países também acham que a oposição deveria ser responsabilizada pela violência.
Já os EUA e a Europa afirmam que, sem a inclusão destas ameaças, o regime sírio permanecerá massacrando a população. Uma das surpresas foi o apoio da Índia, que costumava se posicionar de forma similar à China e à Rússia no bloco BRICS – a África do Sul se absteve e o Brasil não integra o órgão atualmente.
Uma resolução apresentada pela Rússia e pela China seria apresentada em seguida. Não estava claro se os EUA, França e Grã Bretanha usariam o seu poder de veto, ou optariam por aprovar diante da necessidade manter os observadores na Síria. Caso contrário, eles precisam se retirar até sábado.
O fracasso da comunidade internacional ocorre em meio a um agravamento do conflito, classificado por muitos como guerra civil. Combates, antes restritos ao interior, começam a atingir áreas de Damasco. Em um divisor de águas, três dos membros mais importantes do regime de Assad, incluindo o Ministro da Defesa e o cunhado do líder sírio, foram mortos em atentado ontem.
Gustavo Chacra - O Estado de São Paulo
CORRESPONDENTE/NOVA YORK
19 de julho de 2012
Os representantes dos EUA, da Grã Bretanha, da França, da Alemanha e de outros países consideraram lamentável a decisão russa e chinesa de vetarem mais uma vez a iniciativa do Ocidente, em um sinal claro de que, mesmo depois de 17 meses de levantes na Síria e uma violência que deixou ao menos 13 mil mortos, a comunidade internacional continua dividida.
O texto previa a prorrogação da missão observadora da ONU e a implementação de um plano de transição política proposta pelo ex-secretário geral da entidade e mediador do conflito, Kofi Annan, com a inclusão do artigo 41 do capítulo 7 da carta das Nações Unidas, que prevê a ameaça de sanções. A Rússia e a China concordam com a primeira parte, mas discordam da medida ameaçando o regime de Bashar Assad caso este não cumpra com as determinações da resolução.
Na avaliação de Moscou e Pequim, o objetivo do Ocidente não é sanções, e sim abrir espaço para o artigo 42 no futuro, que permite intervenção militar, como aconteceu na Líbia no ano passado. Além disso, os dois países também acham que a oposição deveria ser responsabilizada pela violência.
Já os EUA e a Europa afirmam que, sem a inclusão destas ameaças, o regime sírio permanecerá massacrando a população. Uma das surpresas foi o apoio da Índia, que costumava se posicionar de forma similar à China e à Rússia no bloco BRICS – a África do Sul se absteve e o Brasil não integra o órgão atualmente.
Uma resolução apresentada pela Rússia e pela China seria apresentada em seguida. Não estava claro se os EUA, França e Grã Bretanha usariam o seu poder de veto, ou optariam por aprovar diante da necessidade manter os observadores na Síria. Caso contrário, eles precisam se retirar até sábado.
O fracasso da comunidade internacional ocorre em meio a um agravamento do conflito, classificado por muitos como guerra civil. Combates, antes restritos ao interior, começam a atingir áreas de Damasco. Em um divisor de águas, três dos membros mais importantes do regime de Assad, incluindo o Ministro da Defesa e o cunhado do líder sírio, foram mortos em atentado ontem.
Gustavo Chacra - O Estado de São Paulo
CORRESPONDENTE/NOVA YORK
19 de julho de 2012
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