Policial
federal que investigou esquema Cachoeira, participou da CPI da Pedofilia e
combateu o tráfico é executado com dois tiros na cabeça quando visitava túmulo
dos pais no Campo da Esperança
O agente participou de linhas de investigações perigosas, como a Operação Monte Carlo e a CPI da Pedofilia, além de proteção de testemunhas e de repressão a entorpecentes. As polícias Civil e Federal apuram o crime. Pelo perfil da vítima e as características do crime, fontes ouvidas pelo Correio acreditam na hipótese de execução, com indícios de ação de grupo de extermínio. Até a noite de ontem, não estava esclarecido quantas pessoas participaram do crime. Ninguém havia sido preso.
Tapajós chegou ao cemitério em um Gol branco, registrado no nome do filho, Renato Alves Tapajós. O policial levava flores ao túmulo de familiares na Quadra 606, Sepultura 108, Setor C, como fazia todas as semanas. O assassino teria aproveitado o momento para disparar contra o agente. O local é ermo, distante das capelas, mas coveiros e jardineiros que trabalhavam nas proximidades ouviram os tiros e chamaram a polícia às 15h15.
"Eu quero meu
marido!" Em estado de choque, diante do corpo, Marian desmaiou (E). Pai de sete
filhos, sindicalista, aspirante a político, Wilton Tapajós Macedo, 54 anos, era
um agente experiente e participou de investigações perigosas. Teve atuação
destacada em uma de suas missões mais recentes, a Operação Monte Carlo, que
levou à prisão o bicheiro Carlinhos Cachoeira, executivos e até colegas da
própria PF. Sua carreira foi interrompida a tiros, no cemitério, a menos de 2km
do Núcleo de Inteligência da Superintendência da Polícia Federal, onde
trabalhava. Fontes ouvidas pelo Correio acreditam em execução — e não em
assalto, já que não foram levadas nem a carteira nem a arma da vítima. Até a
noite de ontem, a polícia não sabia se mais de uma pessoa havia participado do
crime.
Crime bárbaro
e com sinais de execução
Policial
federal de 54 anos é morto com dois tiros, um deles na nuca, diante do túmulo
dos pais, no Cemitério Campo da Esperança. A vítima atuava na investigação da
Operação Monte Carlo, responsável pela apuração de esquema de contravenção em
Goiás.
O policial
federal Wilton Tapajós Macedo, 54 anos, estava ajoelhado em frente ao jazigo dos
pais, no Cemitério Campo da Esperança, no fim da Asa Sul, quando foi assassinado
com dois tiros, um na altura de um dos ouvidos e outro na nuca. O crime ocorreu
por volta das 15h de ontem. Tapajós, como era conhecido, morreu a menos de 2km
do Núcleo de Inteligência da Superintendência da Polícia Federal, onde
trabalhava.
O agente participou de linhas de investigações perigosas, como a Operação Monte Carlo e a CPI da Pedofilia, além de proteção de testemunhas e de repressão a entorpecentes. As polícias Civil e Federal apuram o crime. Pelo perfil da vítima e as características do crime, fontes ouvidas pelo Correio acreditam na hipótese de execução, com indícios de ação de grupo de extermínio. Até a noite de ontem, não estava esclarecido quantas pessoas participaram do crime. Ninguém havia sido preso.
Tapajós chegou ao cemitério em um Gol branco, registrado no nome do filho, Renato Alves Tapajós. O policial levava flores ao túmulo de familiares na Quadra 606, Sepultura 108, Setor C, como fazia todas as semanas. O assassino teria aproveitado o momento para disparar contra o agente. O local é ermo, distante das capelas, mas coveiros e jardineiros que trabalhavam nas proximidades ouviram os tiros e chamaram a polícia às 15h15.
O bandido
escapou com o carro da vítima, estacionado bem perto de onde o investigador
federal acabou morto (leia arte). A PM foi a primeira força de segurança a
chegar ao local, que reunia curiosos e funcionários do cemitério. Os militares
encontraram Tapajós caído ao lado do jazigo. Segundo uma análise preliminar, os
tiros podem ter sido efetuados de cima para baixo, disparados por alguém que
chegou bem perto de Tapajós.
Ele ainda
portava na cintura a arma da Polícia Federal, uma pistola calibre .9mm, o que
pode indicar que a vítima foi surpreendida e não teve tempo de se defender.
Exceto o carro, o autor dos tiros nada roubou da vítima. Os policiais
encontraram a carteira dele com R$ 135, cartões de crédito e a identificação de
agente da PF. Nem o documento do veículo foi levado.
Em pouco
tempo, o local do crime estava isolado e passou por perícia das polícias Civil e
Federal. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se mobilizou para tentar
encontrar o veículo, o que não aconteceu até o fechamento desta edição. No fim
da tarde, familiares e amigos de Tapajós começaram a chegar ao Campo da
Esperança. A mulher dele, identificada apenas como Marian, passou mal e precisou
ser atendida pelo Corpo de Bombeiros. O Instituto de Medicina Legal (IML)
retirou o corpo às 17h50. Até a noite, as cápsulas dos projéteis que atingiram
Tapajós não haviam sido localizadas.
Os trabalhos
da perícia tiveram de ser interrompidos por volta das 20h devido à baixa
luminosidade. O local do assassinato continuou preservado e com acesso restrito
durante toda a noite. Os peritos retornam ao local nas primeiras horas de
hoje.
Filmagens
As principais
testemunhas do caso — coveiros e jardineiros — deram os primeiros relatos dos
acontecimentos aos investigadores ainda no cemitério. O depoimento formal será
colhido na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). A Polícia Civil, por meio de nota,
limitou-se a informar "que mais informações serão prestadas somente no momento
oportuno". Enquanto isso, a Polícia Federal anunciou que vai requisitar as
imagens das câmeras de segurança do Campo da Esperança para tentar identificar a
quantidade de pessoas que participaram do assassinato. Fonte ouvida pelo Correio
revelou que parte do vídeo mostra um veículo escuro entrando no cemitério
próximo ao Gol da vítima.
Ao todo, o
local com 1,2 milhão de metros quadrados conta com oito equipamentos de
monitoramento. Todos funcionavam no momento dos disparos. As gravações podem
elucidar como o autor do crime chegou ao local, se estava a pé ou em um carro. O
cemitério tem quatro entradas: uma para veículos e pedestres e três só para
pessoas a pé. Há uma câmera na passagem de carros, mas ainda não é possível
dizer se as entradas de pedestres estavam no foco das câmeras
laterais.
Segundo a
assessoria de Comunicação do Campo da Esperança, os frequentadores não são
submetidos a qualquer tipo de revista porque o local é uma concessão de área
pública. Toda o perímetro do cemitério é vigiado por 16 seguranças armados,
divididos em grupos de quatro homens, que trabalham por escalas. A empresa
informou que não há assassinatos no local desde que assumiu a concessão do
serviço, em 2002.
A
vítima
Wilton Tapajós
Macedo
» 54 anos
» Nasceu em Manaus (AM)
» Era policial federal havia 24 anos
» Estava casado pela terceira vez
» Tinha sete filhos
» Morava no Guará
» Lançou-se candidato
a deputado distrital nas
últimas eleições pelo PTdoB
» Atuou como dirigente no Sindicato dos Policiais Federais no DF (Sindipol-DF)
» Nasceu em Manaus (AM)
» Era policial federal havia 24 anos
» Estava casado pela terceira vez
» Tinha sete filhos
» Morava no Guará
» Lançou-se candidato
a deputado distrital nas
últimas eleições pelo PTdoB
» Atuou como dirigente no Sindicato dos Policiais Federais no DF (Sindipol-DF)
Participaram da cobertura: Ariadne Sakkis, Josie Jerônimo, Kelly Almeida, Lilian Tahan, Manoela Alcântara, Roberta Abreu, Saulo Araújo, Thaís Paranhos, Thalita Lins
CORREIO
BRAZILIENSE - 18/07/2012
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