Pouco após ter dito ontem, em entrevista à repórter Gabriela Forlin, da Agência Estado, que o desfecho do caso Aracruz não deixou sentimento de impunidade para o mercado, o Blog da Tribuna mostrou, com base em fatos concretos, as pressões sofridas pelo presidente interino da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), diretor Otávio Yazbek, para não terminar a investigação sobre a conduta dos ex-administradores da companhia no episódio das perdas em apostas cambiais com os chamados “derivativos tóxicos”, gerando um prejuízo de US$ 2,13 bilhões no ano de 2008 aos acionistas da empresa.
CVM tenta calar a imprensa
O desmentido apontou a mudança de discurso da autarquia e lembrou que uma reportagem do Estadão em 9 de janeiro deste ano, publicada no caderno Economia&Negócios, divulgou que um time de advogados composto por dois ex-presidentes e dois ex-diretores da CVM fora contratado para contestar a possibilidade de aprofundar as investigações e estudar a inclusão de outros administradores na acusação, como Yazbek queria.
Mas o processo ficou parado sem investigações durante dois anos e nove meses, o que foi um fator primordial para a manobra jurídica que permitiu à Fibria (sucessora da Aracruz) simular a renúncia ao direito de receber indenização no acordo da semana passada.
O Blog da Tribuna teve acesso hoje aos documentos que confirmam as duas reportagens da Agência Estado e prosseguirá o seu trabalho de jornalismo investigativo. Não importa que a atual diretoria da CVM tenha imposto uma “lei da mordaça” entre os servidores e que a resposta da autarquia às nossas denúncias tenha sido a de retirar do clipping as matérias que publicamos, para impedir que seus funcionários leiam nosso Blog.
Sempre que executivos necessitam vir a público para prestar contas de suas decisões, desafiam a imprensa livre com a censura daquilo que pode ser desmentido pelos jornalistas, porque contra fatos concretos não há argumentos.
Celebramos as conquistas da Lei de Acesso à Informação, que ainda não completou o seu primeiro ano, mas continuamos a nossa luta pelo fortalecimento da democracia e da liberdade de imprensa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário