Ou Lula errou
feio ou a fatura do mensalão parece, enfim, estar sendo cobrada do PT, e em
menos tempo do que se esperava.
Caso se confirme
a tendência apontada ontem pelo Datafolha em São Paulo, Fernando Haddad se
tornará o petista que menos votos obteve proporcionalmente numa eleição para
prefeito paulistano.
Mais:
nunca antes na
história da política brasileira o partido tinha ficado fora do segundo turno
numa disputa eleitoral pela mais poderosa, importante e cobiçada prefeitura do
país.
Será que Lula não
é o deus que certos petistas imaginam ser?
Ou será que o
julgamento do mensalão — e a possível condenação de Dirceu, Delúbio e Genoino —
pela mais alta corte de Justiça do país acabou com a farsa de que o escândalo
era invenção da mídia "golpista"?
Abalados pelo
bombardeio de acusações e provas de como foi montado o esquema de desvio de
dinheiro público para comprar apoio de parlamentares e partidos ao então governo
Lula, petistas já tentaram até impedir que as sessões do STF sejam transmitidas
ao vivo.
Seja erro de Lula
ou efeito mensalão, o fato é que hoje, em São Paulo, assiste-se a um retrocesso.
O favorito para vencer a eleição, Russomanno, encarna a ascensão do bispo Edir
Macedo ao poder, tudo o que há de mais atrasado e nefasto para a política no
país. Isso ocorre hoje, em grande parte, por culpa de Lula.
Ninguém como ele
empunhou a bandeira de que era possível fazer política com ética no Brasil e
depois saiu em defesa do mensalão, dos aloprados e sujou ainda mais a biografia
ao levar o PT para a direita da direita de Maluf.
O fiasco do PT
em São Paulo não é caso isolado.
O dedaço do
chefão também se revela um fiasco no Recife, onde o petista Humberto Costa foi
atropelado por Geraldo, um "poste" inventado pelo governador Eduardo Campos
(PSB).
Ele já caiu tanto
que, segundo o instituto Opinião, se houver segundo turno, estará fora da
disputa:
foi ultrapassado
por Daniel, um tucano que começou no embate quase como traço nas
pesquisas.
Em BH, o atual
prefeito, Márcio Lacerda, também do PSB, caminha para derrotar ainda no primeiro
turno mais um ungido por Lula (e Dilma):
Patrus
Ananias.
Derrota em dose
tripla.
Plácido Fernandes
Vieira Correio Braziliense
Deus e o mensalão
22 de setembro de 2012
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