Em tempos de eleição, tudo que um candidato e sua campanha fazem ganha um certo destaque. E é assim que tem que ser feito mesmo. Se há uma acerto, os lucros são sempre grandes. Por outro lado, se há um erro, os prejuízos são maiores ainda.
Em Belo Horizonte, a disputa pela prefeitura começa a ficar morna. No início do processo, com o rompimento entre PT e PSB por causa do PSDB e a escolha do ex-ministro Patrus Ananias para a disputa com o prefeito Marcio Lacerda, parecia que a corrida seria muito emocionante.
Mas, rapidamente, Lacerda abriu uma frente considerável em relação ao petista, que, pelo menos até o momento, não conseguiu reverter o quadro nem se aproximar do rival de forma mais ameaçadora.
É claro que qualquer resultado é possível. Seria imprudência e até irresponsabilidade dizer que o prefeito de Belo Horizonte está reeleito. Mas também é notória uma certa acomodação das campanhas, como se estivessem satisfeitas com os resultados parciais demonstrados nas pesquisas.
Fato é que essa falta de novas movimentações nas campanhas leva os eleitores, especialmente os que ainda estão indecisos, a procurarem diferenciais que possam os ajudar a fazer uma escolha. Nesse sentido, uma fala infeliz, uma propaganda irregular, um gesto pouco simpático – qualquer pequeno ato – podem tirar do candidato a possibilidade de voto do indeciso. Assim, o cuidado do candidato com a própria imagem é cada vez mais observado.
Mas não é só a imagem do candidato que conta. Aqueles que o representam, seja com um adesivo no carro, uma bandeira ou uma camiseta, também são observados pelo eleitor. A ideia que povoa a população é simples e certeira: os candidatos e as campanhas devem dar o exemplo sempre e, no período eleitoral, ainda mais.
Portanto, carros plotados pelas campanhas que saem pelas ruas desrespeitando as regras são um bom indicativo de como o candidato, se eleito, e sua futura equipe lidarão com a questão da violência no trânsito.
Carros de som tocando jingles em um volume insuportável também apontam para a forma com a qual os candidatos tratam matérias polêmicas, como a Lei do Silêncio e a convivência urbana.
O período de campanha eleitoral não pode ser utilizado como justificativa para o desrespeito e as exceções às leis municipais, estaduais e federais. E os candidatos a prefeito e a vereador têm obrigação de saber disso, mais do que qualquer outro cidadão.
Enquanto candidatos ficam tentando descobrir o que os eleitores desejam, para fundamentar suas campanhas, o eleitor demonstra que quer tudo o que a cidadania lhe confere, sem nenhuma exceção, e o quer agora, quanto mais rápido possível. Afinal, 7 de outubro está na porta.
(Publicado no Jornal O Tempo)
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