Pesquisa do Ibope feita para a Rede Globo, divulgada no Jornal Nacional de anteontem e ontem pelo Globo e Folha de São Paulo, apontou para a consolidação da vitória de Fernando Haddad à Prefeitura da cidade de São Paulo. Dezesseis pontos (49 a 33) já sinalizam um desfecho destacando uma nova vitória eleitoral do ex-presidente Lula. Mas não é só isso. Mais essencial ainda é a tendência contida nos números.
Este será o prefeito
Na última semana, o ex-ministro da Educação subiu 1 ponto, enquanto o ex ministro da saúde desceu 4 degraus. O primeiro impulso para cima, ou para assegurar uma estabilidade, já que 1 ponto numa pesquisa eleitoral está dentro da margem de erro. Porém um recuo de 4 pontos é fator considerável, já que a percentagem supera a margem de equívoco.
Confirma-se assim o cenário diagnosticado desde o início da campanha eleitoral: a acentuada rejeição a Serra, superior à rejeição voltada para Haddad e Russomano. Ela levou a que a maioria dos eleitores de Russomano passasse para Haddad. Pode-se atribuir ao fato de Serra não ter completado os mandatos de governador e prefeito, como aconteceu nos últimos anos. Mas não é a explicação que importa. O que importa está no fato concreto dela existir e de forma intensa.
Lula e Dilma Rousseff, principalmente Lula, serão novamente vitoriosos nas urnas. E essa vitória fornece uma base absolutamente sólida para a sucessão de 2014. Afinal, das três principais prefeituras do país – Rio, São Paulo, Belo Horizonte – o governo federal arrebatou duas.
As demais capitais não possuem a mesma dimensão e, portanto, apresentam reflexo nacional de muito pouco peso. É o caso de Manaus e Salvador, por exemplo. O quadro apresenta-se basicamente definido.
O mais provável, em termos de sucessão presidencial, é a disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. A terceira liderança política em crescimento passa às mãos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que inclusive comanda o PSB. Sua candidatura, entretanto, na visão de hoje, não se coloca solidamente em termos de viabilidade. Que ganharia ele com isso? Porém, de qualquer maneira, tal possibilidade não é igual a zero. Mas não se configura como um rumo certo.
É o vértice do triângulo, certamente. Uma alternativa que pode se apresentar possível. Pois da mesma forma que Aécio disputa 2014 pensando em 2018, Eduardo Campos pode ter em mente o mesmo, ou um esquema parecido. E Haddad, vencendo agora na capital paulista, torna-se a principal figura do PT paulista. Posição que era ocupada pela senadora Marta Suplicy, que no momento ocupa o Ministério da Cultura.
Posições políticas às vezes são passageiras. Não, penso eu, no caso de Lula e Dilma Rousseff. Ambos ocupam um plano muito forte no quadro nacional. Será muito difícil à oposição desalojá-lo.
Até porque a derrota de José Serra no dia 28 reduz o poder de fogo do PSDB. Revela que o ataque frontal e o combate à legenda do PT e à coligação PT-PMDB não produz reflexos eleitorais favoráveis. Pelo contrário. A estratégia terá que ser outra. Mas qual?
19 de outubro de 2012
Este será o prefeito
Na última semana, o ex-ministro da Educação subiu 1 ponto, enquanto o ex ministro da saúde desceu 4 degraus. O primeiro impulso para cima, ou para assegurar uma estabilidade, já que 1 ponto numa pesquisa eleitoral está dentro da margem de erro. Porém um recuo de 4 pontos é fator considerável, já que a percentagem supera a margem de equívoco.
Confirma-se assim o cenário diagnosticado desde o início da campanha eleitoral: a acentuada rejeição a Serra, superior à rejeição voltada para Haddad e Russomano. Ela levou a que a maioria dos eleitores de Russomano passasse para Haddad. Pode-se atribuir ao fato de Serra não ter completado os mandatos de governador e prefeito, como aconteceu nos últimos anos. Mas não é a explicação que importa. O que importa está no fato concreto dela existir e de forma intensa.
Lula e Dilma Rousseff, principalmente Lula, serão novamente vitoriosos nas urnas. E essa vitória fornece uma base absolutamente sólida para a sucessão de 2014. Afinal, das três principais prefeituras do país – Rio, São Paulo, Belo Horizonte – o governo federal arrebatou duas.
As demais capitais não possuem a mesma dimensão e, portanto, apresentam reflexo nacional de muito pouco peso. É o caso de Manaus e Salvador, por exemplo. O quadro apresenta-se basicamente definido.
O mais provável, em termos de sucessão presidencial, é a disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. A terceira liderança política em crescimento passa às mãos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que inclusive comanda o PSB. Sua candidatura, entretanto, na visão de hoje, não se coloca solidamente em termos de viabilidade. Que ganharia ele com isso? Porém, de qualquer maneira, tal possibilidade não é igual a zero. Mas não se configura como um rumo certo.
É o vértice do triângulo, certamente. Uma alternativa que pode se apresentar possível. Pois da mesma forma que Aécio disputa 2014 pensando em 2018, Eduardo Campos pode ter em mente o mesmo, ou um esquema parecido. E Haddad, vencendo agora na capital paulista, torna-se a principal figura do PT paulista. Posição que era ocupada pela senadora Marta Suplicy, que no momento ocupa o Ministério da Cultura.
Posições políticas às vezes são passageiras. Não, penso eu, no caso de Lula e Dilma Rousseff. Ambos ocupam um plano muito forte no quadro nacional. Será muito difícil à oposição desalojá-lo.
Até porque a derrota de José Serra no dia 28 reduz o poder de fogo do PSDB. Revela que o ataque frontal e o combate à legenda do PT e à coligação PT-PMDB não produz reflexos eleitorais favoráveis. Pelo contrário. A estratégia terá que ser outra. Mas qual?
19 de outubro de 2012
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