Ontem, dois leitores deste Blog, no papel de protetores de Lula, o Extraordinário, trocaram as palavras que a seguir copio:
Leitor A: Quanto a Lula, quem adora mesmo é o Noblat. Se não citar as ironias do astro uma vez por dia, fica sem dormir!
Leitor B: Sem dormir e sem audiência.
Não compreendi bem o desabafo dos sectários. Estranho, não acham? Imaginem se, de repente, e sem nenhum motivo, a imprensa escrita, falada, televisionada, digital, nacional e estrangeira, deixasse de falar na Extraordinária Pessoa!
Seria um castigo muito cruel para quem cortejou, adulou e alimentou a fama desde sempre. Uma extraordinária ingratidão! O que foi que a Extraordinária Pessoa fez para merecer o esquecimento, o gelo, o desterro emocional, o exílio do coração de seus seguidores?
Será porque eles interpretaram a Grande Frase do Dia de Ontem, “Eu já fui julgado [pelo mensalão]. A eleição da Dilma foi um julgamento extraordinário. Para um presidente com oito anos de mandato, sair com 87% de aprovação é um grande juízo”, como se ironia fosse?
Nada mais longe da verdade. Trata-se de enunciado filosófico de notável profundidade. Em breves palavras Lula, o Extraordinário, confirma que houve mensalão, que houve um julgamento e que ele, através dos votos de petistas e coligados, foi absolvido de tal crime.
Não sei se ele saiu do governo com 87% de aprovação, ou se isso é falha de seu juízo. Para mim, ele saiu com 99,9% de aprovação. Posso estar enganada. Afinal, quem sou eu para contestar a Extraordinária Pessoa?
Como às vezes podem ser mesquinhos os adoradores... Eleitores paulistanos é que não são. Se fossem, estariam gratíssimos: Lula, o Extraordinário, elegeu, ou está para eleger em poucos dias, mais um representante da seita, outra vez, aliás, alguém com basta e rica cabeleira.
Mas nada como um dia depois do outro. Hoje, li comentário mais adequado: outro leitor declara que na hipótese de Eduardo Campos se arvorar em sair candidato a presidente e ou vice “estará destroçado no Nordeste”.
E arremata: “O Nordeste não se restringe apenas a Pernambuco, caro Noblat”.
O caro blogueiro, natural de Ulaanbaatar e morador do Brasil há muito pouco tempo, deve estar surpreso. É o que dá não ter tido a extraordinária bênção de estudar no Brasil sob as asas de Fernando Haddad. Acabou sem conhecer o mapa-múndi.
Quanto a Eduardo Campos, não há porque temer que ele vá ter a audácia de se arvorar candidato. Sem uma boa e farta cabeleira... nada feito.
E com aqueles olhos azuis, então? Impossível.
Já pensaram Lula, o Extraordinário, ter que intitular seu artigo It Was Just One Of Those Things?
Sei não, mas acho que ele não ia gostar...
19 de outubro de 2012
Maria Helena R R de Sousa
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