Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha pelo Supremo Tribunal Federal, além de enquadrado por falsidade ideológica pela Justiça Federal de Minas Gerais, José Genoino foi assaltado por um surto de sensatez e, surdo aos apelos da presidente Dilma Rousseff, manteve a decisão de demitir-se do cargo de “Assessor Especial do Ministério da Defesa”. Neste domingo, animado com a derrota imposta a meia dúzia de jornalistas pela tropa de jagunços que o escoltou até a seção eleitoral, retomou a rotina da insanidade. E quer esperar no Congresso a fixação do tempo em que dormirá na cadeia.
Reduzido a suplente pela eleição de 2010, o companheiro que presidia o PT quando o escândalo foi descoberto agora reivindica a vaga aberta na Câmara pela saída de Carlinhos Almeida, eleito prefeito de São José dos Campos .”O Genoino é o suplente e vai assumir sem problema nenhum”, endossa Rui Falcão, presidente do PT. “Genoino precisa recuperar a sua cidadania política”, avaliza o deputado paulista Paulo Teixeira, feliz com o regresso iminente do parceiro que manteve um gabinete por lá entre 1982 e 2002.
Derrotado por Geraldo Alckmin na disputa pelo governo paulista, ele teria reincidido em 2006 se a repercussão da roubalheira descoberta um ano antes não o aconselhasse a conformar-se com mais uma temporada no Legislativo. Eleito com menos de 100 mil votos, não foi além da suplência quatro anos mais tarde. Sonhava com um desempenho menos pífio na próxima quando foi atropelado pelo Código Penal.
Na Mansão dos Horrores, o deputado Genoino vai sentir-se em casa. Primeiro, porque conhece todo mundo. Segundo, porque na Câmara da Era Lula folha corrida vale muito mais que currículo, e o prontuário do companheiro condenado é bem mais impressionante que a biografia. Desde que foi condenado, por exemplo, ele recita que a Corte Suprema do Brasil democrático tem obrigação de inocentá-lo por ter lutado nos cafundós do Araguaia pela implantação da ditadura comunista. Esse argumento só recomenda uma internação no hospício.
Bem mais convincentes são as anotações na capivara. Um quadrilheiro corrupto não é um deputado qualquer. Merece esperar a chegada do camburão na presidência da Câmara.
30 de outubro de 2012
Augusto Nunes
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