A vitória petista em São Paulo tem muito mais significado do que uma mera vitória de Lula na principal cidade do país. Se analisarmos friamente a vitória petista na capital paulista e a performance geral em todo território nacional; podemos afirmar que o PT ganhou mas não levou.
Antes de você militante petista chamar este artigo de “choro de perdedor”, preste atenção no resultado completo da eleição paulista e verá que, apesar da vitória de Haddad, a Câmara dos Vereadores não está alinhada com a coligação que o elegeu. Na verdade, apenas 16 dos 55 vereadores estão com Haddad.
Esse cenário também se refletiu pelo país a fora. Apesar de ter sido o campeão de votos unitariamente – com mais de 6.9 milhões de votos – o PT perdeu relevância e importância no cenário político nacional ao ficar limitado a rincões e a cidades com pouca relevância política.
Excetuando São Paulo, o Partido dos Trabalhadores parece ter optado por uma estratégia bem semelhando a do PMDB de alguns anos atrás. Contudo, faltam ao PT a mesma robustez e diversidade de lideranças de seu aliado de ocasião. Pois, apesar de ainda obter votações nominais expressivas, o poder político do partido foi completamente aniquilado no Rio de Janeiro (não elege ninguém há anos para cargos majoritários) e se apoia unicamente no gigantismo e no fisiologismo do PMDB que pode pender para qualquer lado a qualquer hora.
Essas eleições mostraram a fragilidade do partido e a perda de influência de Lula junto à população. Mesmo com sua presença constante e maciça em várias capitais, o PT não conseguiu empolgar e (novamente excluindo-se São Paulo) perdeu em todas as capitais importantes que disputou.
Se por um lado eles comemoram uma grande vitória da “base aliada”; parecem se esquecer de que essas alianças são amarradas de forma tênue e podem ser costuradas por qualquer outro partido que se apresente com disposição para ganhar as próximas eleições.
Sob esse aspecto, o PT deve temer explicitamente o PSB que já lhe deu muito trabalho nessas últimas eleições, cresceu em volume de votos e garantiu o poder em cidades com certa importância política, derrotando diretamente o PT em várias delas. As ambições de Eduardo Campos para 2014 e a possível união com Aécio Neves (única opção que sobrou ao PSDB) pode trazer dores de cabeça enormes ao PT que perdeu todos os seus quadros de expressão para a cadeia mais próxima.
É lógico que ainda faltam dois anos para o pleito presidencial e muita água vai rolar por baixo dessa ponte, mas pelo andar da carruagem petista (apagões, inflação em disparada, corrupção galopante, etc…) as coisas não correrão às mil maravilhas até lá e podem surpreender a quadrilha que tenta se manter no poder a qualquer preço.
Um cenário caótico ou problemático pode até levar o PT a tentar reeditar um Lula Presidente, esmagando Dilma como relés marionete que é. Mas, diante das perspectivas do que vem por aí com Lula indiciado no STF sob a presidência de Joaquim Barbosa por corrupção e improbidade, essa tentativa pode acabar sepultando politicamente de vez o “Messias Bêbado” e fazendo o PT lamentar amargamente ter escolhido viver a sombra do PMDB.
Enquanto esperamos por uma reviravolta e uma melhora nas condições da política nacional, com mais dois anos para que a população evolua e aprenda que lugar de ladrão é na cadeia e não na eleição, a oposição precisa também fazer o seu papel.
Aposentar definitivamente José Serra (já passou da hora) e se libertar da mesmice do discurso “meia bomba” que vem fazendo desde o início do governo Lula. A oposição deve assumir o seu papel e destruir a ideia pregada por Lula de que o povo pouco liga para a ética política. As lideranças devem despir a farsa petista e fazer o povo menos letrado ou menos interessado por política compreender que as bolsas nada resolvem e são apenas uma forma de escravidão bem pensada. A oposição deve ter o papel de instruir o povo a buscar oportunidades e também oferecê-las de forma clara e honesta como única opção para um crescimento social, profissional e pessoal constante e sustentável.
Mas, com o desempenho pífio e a quase cumplicidade com os atos de corrupção do PT e da base aliada que vem sendo a tônica da oposição atualmente, isso apenas deixa órfãos aqueles que desejam uma política mais ética, menos fisiológica e desatrelada do clientelismo.
A oposição de hoje vive uma representação; um faz-de-conta mal explicado que faz pairar sobre ela a quase certeza de que essa apatia e quase cumplicidade devem-se muito mais aos rabos presos e aos esqueletos no armário de muitas figuras carimbadas de seus quadros, do que propriamente por incompetência ou meras boas maneiras.
E você, leitor, o que pensa disso?
30 de outubro de 2012
visão panorâmica
Antes de você militante petista chamar este artigo de “choro de perdedor”, preste atenção no resultado completo da eleição paulista e verá que, apesar da vitória de Haddad, a Câmara dos Vereadores não está alinhada com a coligação que o elegeu. Na verdade, apenas 16 dos 55 vereadores estão com Haddad.
Esse cenário também se refletiu pelo país a fora. Apesar de ter sido o campeão de votos unitariamente – com mais de 6.9 milhões de votos – o PT perdeu relevância e importância no cenário político nacional ao ficar limitado a rincões e a cidades com pouca relevância política.
Excetuando São Paulo, o Partido dos Trabalhadores parece ter optado por uma estratégia bem semelhando a do PMDB de alguns anos atrás. Contudo, faltam ao PT a mesma robustez e diversidade de lideranças de seu aliado de ocasião. Pois, apesar de ainda obter votações nominais expressivas, o poder político do partido foi completamente aniquilado no Rio de Janeiro (não elege ninguém há anos para cargos majoritários) e se apoia unicamente no gigantismo e no fisiologismo do PMDB que pode pender para qualquer lado a qualquer hora.
Essas eleições mostraram a fragilidade do partido e a perda de influência de Lula junto à população. Mesmo com sua presença constante e maciça em várias capitais, o PT não conseguiu empolgar e (novamente excluindo-se São Paulo) perdeu em todas as capitais importantes que disputou.
Se por um lado eles comemoram uma grande vitória da “base aliada”; parecem se esquecer de que essas alianças são amarradas de forma tênue e podem ser costuradas por qualquer outro partido que se apresente com disposição para ganhar as próximas eleições.
Sob esse aspecto, o PT deve temer explicitamente o PSB que já lhe deu muito trabalho nessas últimas eleições, cresceu em volume de votos e garantiu o poder em cidades com certa importância política, derrotando diretamente o PT em várias delas. As ambições de Eduardo Campos para 2014 e a possível união com Aécio Neves (única opção que sobrou ao PSDB) pode trazer dores de cabeça enormes ao PT que perdeu todos os seus quadros de expressão para a cadeia mais próxima.
É lógico que ainda faltam dois anos para o pleito presidencial e muita água vai rolar por baixo dessa ponte, mas pelo andar da carruagem petista (apagões, inflação em disparada, corrupção galopante, etc…) as coisas não correrão às mil maravilhas até lá e podem surpreender a quadrilha que tenta se manter no poder a qualquer preço.
Um cenário caótico ou problemático pode até levar o PT a tentar reeditar um Lula Presidente, esmagando Dilma como relés marionete que é. Mas, diante das perspectivas do que vem por aí com Lula indiciado no STF sob a presidência de Joaquim Barbosa por corrupção e improbidade, essa tentativa pode acabar sepultando politicamente de vez o “Messias Bêbado” e fazendo o PT lamentar amargamente ter escolhido viver a sombra do PMDB.
Enquanto esperamos por uma reviravolta e uma melhora nas condições da política nacional, com mais dois anos para que a população evolua e aprenda que lugar de ladrão é na cadeia e não na eleição, a oposição precisa também fazer o seu papel.
Aposentar definitivamente José Serra (já passou da hora) e se libertar da mesmice do discurso “meia bomba” que vem fazendo desde o início do governo Lula. A oposição deve assumir o seu papel e destruir a ideia pregada por Lula de que o povo pouco liga para a ética política. As lideranças devem despir a farsa petista e fazer o povo menos letrado ou menos interessado por política compreender que as bolsas nada resolvem e são apenas uma forma de escravidão bem pensada. A oposição deve ter o papel de instruir o povo a buscar oportunidades e também oferecê-las de forma clara e honesta como única opção para um crescimento social, profissional e pessoal constante e sustentável.
Mas, com o desempenho pífio e a quase cumplicidade com os atos de corrupção do PT e da base aliada que vem sendo a tônica da oposição atualmente, isso apenas deixa órfãos aqueles que desejam uma política mais ética, menos fisiológica e desatrelada do clientelismo.
A oposição de hoje vive uma representação; um faz-de-conta mal explicado que faz pairar sobre ela a quase certeza de que essa apatia e quase cumplicidade devem-se muito mais aos rabos presos e aos esqueletos no armário de muitas figuras carimbadas de seus quadros, do que propriamente por incompetência ou meras boas maneiras.
E você, leitor, o que pensa disso?
30 de outubro de 2012
visão panorâmica
Nenhum comentário:
Postar um comentário