Participamos, como membros fundadores, da organização do Partido dos Trabalhadores- PT. Como antigos militantes, desconfiávamos de sua imprecisão política. Apostávamos, entretanto, no seu instinto de classe, na sua intuição.
É evidente que esses atributos são insuficientes para assegurar um rumo político de grandes consequências. Na falta de um discurso elaborado, o velho PT limitava-se a se dizer “um partido diferente”.
Quanto a nós, timidamente, perguntávamos: “mas em quê consiste tal diferença?” Seria diferente porque maior? Seria diferente porque mais aguerrido? Seria diferente porque possuído de miopia? Ou seria diferente por se tratar de um partido que traduzisse os interesses históricos dos trabalhadores?
Ou seja, seria diferente porque teria os olhos voltados para a conquista de uma nova ordem econômica e social como negação radical da sociedade capitalista? Essa sim, uma diferença substancial!
Nada se respondia e continuava a repetir-se: “o PT é um partido diferente.” À falta de estabelecer essa diferença, propôs-se o PT a espalmar a bandeira da moralização do capitalismo. Numa feliz expressão do político gaúcho Leonel Brizola, o PT foi chamado de UDN de macacão. Pretender moralizar o capitalismo corresponde ao mesmo que pretender enxugar gelo.
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“GENIOS” DO PT
Mas, os “gênios” do PT não enxergavam essa verdade. Em 1984, como membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, tornei público um artigo sob o título: “ PT, uma proposta e muitos riscos”. Neste artigo, dizia de forma peremptória, que essa nova agremiação política trazia para a burguesia o perigo de levantar bem alto a bandeira do anticapitalismo, a bandeira do socialismo.
Por outro lado, essa nova e gloriosa organização política que brotava das fábricas, dos campos, dos meios estudantis poderia descambar para o reformismo e se transformar num instrumento eficaz de sustentação do próprio sistema capitalista.
Infelizmente, foi justamente isso que aconteceu, quando os petistas lograram, através de expedientes espúrios chegar ao governo. E é grave que do seu ventre tenha nascido o PSOL, proclamando “uma nova forma de fazer política”. É evidente, que essa nova forma não existe, desde que ela não seja explicitamente anticapitalista e se negue a colocar-se como agremiação cujo intento é galgar postos nos diversos aparelhos de governo, sejam eles, federal, estadual ou municipal. Em outras palavras: ou teremos a bandeira do socialismo ou repetiremos a trilha sinistra do velho PT.
É evidente que esses atributos são insuficientes para assegurar um rumo político de grandes consequências. Na falta de um discurso elaborado, o velho PT limitava-se a se dizer “um partido diferente”.
Quanto a nós, timidamente, perguntávamos: “mas em quê consiste tal diferença?” Seria diferente porque maior? Seria diferente porque mais aguerrido? Seria diferente porque possuído de miopia? Ou seria diferente por se tratar de um partido que traduzisse os interesses históricos dos trabalhadores?
Ou seja, seria diferente porque teria os olhos voltados para a conquista de uma nova ordem econômica e social como negação radical da sociedade capitalista? Essa sim, uma diferença substancial!
Nada se respondia e continuava a repetir-se: “o PT é um partido diferente.” À falta de estabelecer essa diferença, propôs-se o PT a espalmar a bandeira da moralização do capitalismo. Numa feliz expressão do político gaúcho Leonel Brizola, o PT foi chamado de UDN de macacão. Pretender moralizar o capitalismo corresponde ao mesmo que pretender enxugar gelo.
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“GENIOS” DO PT
Mas, os “gênios” do PT não enxergavam essa verdade. Em 1984, como membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, tornei público um artigo sob o título: “ PT, uma proposta e muitos riscos”. Neste artigo, dizia de forma peremptória, que essa nova agremiação política trazia para a burguesia o perigo de levantar bem alto a bandeira do anticapitalismo, a bandeira do socialismo.
Por outro lado, essa nova e gloriosa organização política que brotava das fábricas, dos campos, dos meios estudantis poderia descambar para o reformismo e se transformar num instrumento eficaz de sustentação do próprio sistema capitalista.
Infelizmente, foi justamente isso que aconteceu, quando os petistas lograram, através de expedientes espúrios chegar ao governo. E é grave que do seu ventre tenha nascido o PSOL, proclamando “uma nova forma de fazer política”. É evidente, que essa nova forma não existe, desde que ela não seja explicitamente anticapitalista e se negue a colocar-se como agremiação cujo intento é galgar postos nos diversos aparelhos de governo, sejam eles, federal, estadual ou municipal. Em outras palavras: ou teremos a bandeira do socialismo ou repetiremos a trilha sinistra do velho PT.
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