A eleição mostrou o que realmente era esperado. Existem, como sempre, a parte do povo que sabe votar e outra que vota por ser obrigado ou então para atender pedidos de políticos e amigos.
Aconteceram mudanças em todo o país. Mas o que mais chamou a atenção foi o prestígio e o carisma do presidente Lula.
O seu desejo maior era vencer em São Paulo para que o seu partido voltasse ao poder depois de 8 anos. Quem ganhou foi o presidente e não o Haddad. Pesquisa realizada no início do ano mostrou que 57% dos eleitores votariam em quem Lula mandasse, fosse que fosse.
Até mesmo o Tiririca seria eleito. Uma pena ele não usar essas qualidades para o bem fazendo realmente as mudanças que o povo precisa e vem pedindo há tanto tempo. O governo dele teve momentos bons realmente, quando seguiu os princípios do seu antecessor. Mas errou quando não impediu a ação corrupta de companheiros e aconteceu o que ficou conhecido como mensalão.
O mensalão, apurado e comprovado em 2006 , só foi posto em julgamento em 2012 em tempo de pré eleição. Se tal fator contribuiu para os resultados obtidos um dia talvez, saberemos. A verdade é que a maior parte dos réus foi condenada.
Uma aparente surpresa acontecerá com um dos condenados que é suplente de deputado federal. Como o titular foi eleito prefeito, ele assumirá a cadeira em janeiro próximo. E como fica a definição e o cumprimento da pena que lhe for imposta? E o tesoureiro que sempre disse que o mensalão acabaria em “piada de salão”, como será castigado? Mais algum tempo e certamente algumas “surpresas” ocorrerão e o povo terá que aceitar. Mas, o que realmente preocupa são as prometidas reações do partido que congrega os corruptos. Já prometem manifestações públicas de repúdio ao STF qualificando-o de praticar justiça política.
A presidente já se manifestou. Orientou seus partidários a respeitarem a corte maior da Justiça. A não ser, disse ela, que pretendam incluir o presidente Lula na vergonhosa história. Ele não deve ser colocado como suspeito de maneira alguma. Se isso acontecer o governo federal usará toda sua força e poder contra. Vamos esperar para ver.
A corrupção, que deveria ser combatida como os próceres petistas prometeram durante décadas e que não cumpriu quando assumiu o governo, parece que vai continuar. Terminado o período eleitoral a CPI do Cachoeira deveria ser recomeçada com prazo suficiente para conclusão.
E um prazo longo de pelo menos mais 6 meses. Mas a “equipe” governamental no congresso já se posicionou contra fazendo com que o processo investigatório termine em 40 dias. E isso tem uma explicação já conhecida, mas que vale lembrar.
A CPI foi criada por determinação de Lula que queria se vingar do governador goiano. Mas, com o início do processo ficou sabendo que seus companheiros do Distrito Federal e do Rio de Janeiro estavam também comprometidos. E aí veio a reação. Mais alguma coisa que vai acontecer para fortalecer a prática corrupta. Vamos esperar.
E o apagão? Estranho o ocorrido já que recentemente a presidente Dilma se manifestou em depoimento público que apagão era característica do governo FHC. Como isso aconteceu? Vamos aguardar melhores explicações.
Para concluir vale levar em conta a reação – um tanto tardia, mas com direito – do Valério, que depondo no Ministério Público Federal, já condenado e procurando diminuição da pena, decidiu finalmente falar ao menos um pouco do que sabe. E começou citando Lula, Palocci e Celso Daniel.
Se isso for levado adiante e com seriedade, o denunciante vai correr risco de vida e, quem sabe, teremos finalmente uma mudança para melhor no sistema político brasileiros. A começar por conhecermos finalmente, os motivos do assassinato do prefeito de Santo André. Vamos continuar esperando.
02 de novembro de 2012
Plínio Zabeu
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