Não é a primeira vez que me refiro à água ou ao gás como veículos por onde, desconfio, um elemento alimenta nossa pachorra em relação ao erro. Até pensava que no erro nascemos e no erro morreremos.
Mas eis que surge uma esperança.
Passamos quase todo este terceiro governo Lula debatendo se o país recebido pela Gerente-Geral foi herança bendita, como ela e os demais lulistas afirmam, ou maldita, como garante nossa inútil oposição de fancaria.
Abre-te Sésamo!, gritaram os mais curiosos e constataram que a herança não era nem bendita, nem maldita. Simplesmente não era.
Quer dizer, não havia na caverna ouro, incenso ou mirra. Havia seixos, cascalhos e barro.
A culpa, segundo ouvi falar, é da Imprensa. Se calarmos a Imprensa, sobretudo se entregarmos as rédeas de um novo DIP ao ilustre Marco Aurélio Garcia, tudo ficará resolvido.
Os Três Poderes se respeitarão, por se fazer respeitar. A ninguém ocorrerá desobedecer a uma sentença do Supremo Tribunal Federal, e a nenhum partido político ocorrerá prestigiar a candidatura de quem não mereça pertencer ao Legislativo.
As crianças entrarão na escola às 07:30 e de lá sairão às 17:30. Deveres feitos, banho tomado, tendo exercitado mente e corpo. Os bacuris, como dizia Brizola, sairão nos trinques.
Cada estado cuidará de suas escolas e universidades e o acesso às faculdades não será pela tortura do Enem (que sigla...).
Os idosos, entre os quais me incluo, não terão pavor de ir parar num hospital federal, estadual ou municipal. Nem em hospitais particulares. Sabem que serão bem tratados, que ninguém vai operar sua perna errada ou lhes fazer uma inovadora transfusão de café com leite na veia.
Os meios de transporte serão triplicados. Nossos aeroportos serão extraordinários. Rodovias com piso aveludado; ferrovias renascidas, trens cruzando nosso país como no tempo de Pedro II, talvez com uma malha ferroviária um pouco maior e vagões ligeiramente mais rápidos.
Nossa indústria voltará a ser pujante e o desemprego será como Itabira na parede e como dói...
No Brasil renovado, a Segurança Pública fará inveja à Escandinávia. Ainda teremos bandidos desgraçados, mas haverá penitenciárias decentes onde o bruto, se necessário for, poderá viver para sempre sem maus tratos, mas sem as benesses de hoje.
Os cidadãos vão poder sair de casa sem medo. Ruas limpas, saneadas, iluminação pública suficiente, guardadas.
Minha Casa, Minha Vida, meu carro, minha TV Digital, meus i-tudo, minha Internet, meu crediário, tudo no melhor dos mundos, e sem ‘apaguinhos’!
De repente, não mais que de repente, o brasileiro saberá zelar por seu país em casa, na rua e nas Redes Sociais.
Bastar domar a Imprensa, no es verdad?
02 de novembro de 2012
Maria Helena RR de Sousa
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