Consegui evitar ler o perfil de Glenn Hubbard no The New York Times até o
momento. Mas vou deixar a consultoria para outros e falar sobre as más teorias
econômicas.
Glenn Hubbard repete o que agora se tornou a linha do partido: que todas as recessões profundas são as mesmas e devíamos ter tido uma curva de recuperação em V da crise de 2008-2009, de modo que é tudo culpa de Obama:
“É absolutamente possível, tanto em termos dos modelos de efeitos políticos sobre a recuperação e experiência histórica”, ele disse num tom professoral, mas não condescendente. “Se você examinar a recuperação dos anos 74, 75 ou 81 e 82, facilmente observará um crescimento do emprego nesta faixa. Nós temos uma miscelânea de políticas erradas. Tivemos um choque horrível, estamos numa situação diferente, mas poderíamos estar muito melhor”.
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DUAS IDÉIAS
As palavras me fogem. Bem, na verdade não. Aqui estão algumas: logo no início da crise, bem antes de as pessoas que hoje assessoram Romney estarem mesmo dispostas a reconhecer que houve um problema, havia um debate entre duas ideias: que as recessões profundas sempre foram acompanhadas de uma recuperação rápida e que recessões provocadas por crises financeiras – que forçaram a política monetária no sentido de juro quase zero – foram seguidas por recuperações lentas “de desemprego” .
É o que tenho afirmado desde janeiro de 2008.
Isto não foi apenas uma questão política: os especialistas em prognósticos para o setor privado também ficaram divididos. Inúmeras pessoas previam uma recuperação em V. Mas estavam erradas e acabaram tendo de admitir que estavam erradas ou então ficaram em silêncio.
Os dados de Reinhardt-Rogoff sobre consequências de crises são oportunos neste debate, mas se somam à conclusão de que a recuperação de 2008-2009 não foi provavelmente similar às de 81-82 ou 74-75. E esta é uma opinião avalizada pela teoria, pela história e, como se verifica, pelas previsões acertadas na crise atual.
E a equipe de Romney está simplesmente rejeitando-a, porque é politicamente conveniente ignorar tudo isso. Incrível.
02 de novembro de 2012
Paul Krugman
Glenn Hubbard repete o que agora se tornou a linha do partido: que todas as recessões profundas são as mesmas e devíamos ter tido uma curva de recuperação em V da crise de 2008-2009, de modo que é tudo culpa de Obama:
“É absolutamente possível, tanto em termos dos modelos de efeitos políticos sobre a recuperação e experiência histórica”, ele disse num tom professoral, mas não condescendente. “Se você examinar a recuperação dos anos 74, 75 ou 81 e 82, facilmente observará um crescimento do emprego nesta faixa. Nós temos uma miscelânea de políticas erradas. Tivemos um choque horrível, estamos numa situação diferente, mas poderíamos estar muito melhor”.
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DUAS IDÉIAS
As palavras me fogem. Bem, na verdade não. Aqui estão algumas: logo no início da crise, bem antes de as pessoas que hoje assessoram Romney estarem mesmo dispostas a reconhecer que houve um problema, havia um debate entre duas ideias: que as recessões profundas sempre foram acompanhadas de uma recuperação rápida e que recessões provocadas por crises financeiras – que forçaram a política monetária no sentido de juro quase zero – foram seguidas por recuperações lentas “de desemprego” .
É o que tenho afirmado desde janeiro de 2008.
Isto não foi apenas uma questão política: os especialistas em prognósticos para o setor privado também ficaram divididos. Inúmeras pessoas previam uma recuperação em V. Mas estavam erradas e acabaram tendo de admitir que estavam erradas ou então ficaram em silêncio.
Os dados de Reinhardt-Rogoff sobre consequências de crises são oportunos neste debate, mas se somam à conclusão de que a recuperação de 2008-2009 não foi provavelmente similar às de 81-82 ou 74-75. E esta é uma opinião avalizada pela teoria, pela história e, como se verifica, pelas previsões acertadas na crise atual.
E a equipe de Romney está simplesmente rejeitando-a, porque é politicamente conveniente ignorar tudo isso. Incrível.
02 de novembro de 2012
Paul Krugman
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