Presidente da República inaugurar linha de ônibus em véspera de eleição e ser ovacionado pela graça concedida é coisa que se você contar por aí afora ninguém acredita.
E, no entanto, é assim que é neste país de cachorros chutados que abanam o rabo, coitados, pra qualquer osso que se lhes atire.
Aos seis dias do mês de junho do ano da graça de 2012, nas vésperas da reeleição do prefeito que o presidente mais popular da história deste país foi apontar para “o povo pobre do Rio de Janeiro” como a melhor garantia de que “o bife que hoje você pode comer todo dia não venha a lhe ser arrancado do prato”, uniram-se em triunfo para dar lições aos grandes do mundo e apresentar à patuléia agradecida a resposta “histórica” da parceria entre o governo do Estado patrocinador de Fernando Cavendish, o ininvestigável proprietário da “inidônea” Delta Construções que segue sendo a campeã do PAC filho da Dilma, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e o governo federal da “sexta economia do mundo” às exigências de um mínimo de “mobilidade urbana” feitas pelo COI à cidade que vai receber a próxima Olimpíada.
A saber, 56 kms de blocos de cimento enfileirados – da Barra até à base aérea de Santa Cruz – constituindo uma “guia” ou “meifii” com preferem dizer os cariocas, a separar da própria o acostamento de uma estrada velha, por onde passaria a trafegar o “Ligeirão”, um reles ônibus articulado de nariz rebaixado, gambiarra com que se quer fazer lembrar os trens de alta velocidade ou os metros que já nos cobraram cem mil vezes mas nunca entregaram, e mais um túnel (fechado também, ameaçando desabar, quatro dias depois da 1a publicação deste artigo).
Passados seis meses, mesmo esse tanto pouco está nas condições registradas na foto aí em cima…
Agora dispare este vídeo. Vale a pena ver de novo!
E olhe outra vez para estas fotos quando Lula disser que, até que ele viesse nos salvar, “político só lembrava de pobre em época de eleição”; que “a gente não gosta de comprar coisa de segunda”; que ele está aí “para resgatar a dignidade de um povo” e, principalmente, que “cuidar dos pobres é a coisa mais barata do mundo”.
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