Estou ficando velho. E não é o espelho ─ somente ─ que me diz.
A pressa aliada ao tempo, que fica cada vez menor, me faz ter a urgência que me consome mais que o peso da idade.
Valores que cultuei, pois sempre foram desde os filósofos pré-socráticos, hoje são meros empecilhos ao brilhantismo estratégico da classe política de meu país.
A injeção letal da canalhice lulopetista também foi aplicada em outros, que não combatem o bom combate, mas esperam a benesse decorrente da má escolha.
Ser de oposição ─ ou seja, oferecer outra visão ─ hoje é crime de lesa-majestade. Os covardes se ocultam em qualquer tese ou interpretação para poder exercer a vilania do perdão ao crime, na expectativa de ter algum retorno. Mesmo que criminoso.
O mesmo Alckmin que batizou uma ponte com o nome de Quércia, ignorando Covas, hoje apoia Henrique Alves.
A surpresa não está no apoio. Este era esperado em nome de algo que não entendemos, ou seja, fazer parte de uma mesa em que nem Judas ousaria sentar.
A explicação é que assusta. O que distingue o argumento matemático ─ e jamais ético ─ de outros com a mesma base de lógica? Ou de falta dela.
Este argumento absurdo de respeitar uma dita proporcionalidade como uma carta de alforria antecipada, pode também ser aplicado à proporcionalidade da eleição presidencial?
Desse modo, Alckmin aceita ignorar os ditos malfeitos em nome desta outra proporcionalidade? E esta, ao menos, com alguma legitimidade.
Não. Alckmin só aprendeu (ou sempre soube) jogar o jogo. Sujo. Que aceita a decomposição moral e ética do Congresso. E por analogia, de qualquer governo. Ambos foram eleitos.
Este é o represente de quem não está alinhado com o atual governo?
Este é o nome que se pretende como alternativa ao PT? Em que difere?
Excesso de pragmatismo ou consciência da insignificância histórica que reduzirá Alckmin a um político que surgiu a partir da morte de um verdadeiro líder nacional? E que não conseguiu honrar este legado.
Covas agiria deste modo?
Em um estado como São Paulo ─ sem bairrismos estéreis ─ é assustador constatar que Quércia, Haddad, Serra, Alckmin, Maluf, Paulinho da Força, Kassab e outros tantos tenham esquecido e traído Covas e Ulysses. E aos paulistas e brasileiros.
Resta FHC. Que sequer é ouvido. É uma pedra no sapato frouxo dos novos andarilhos dos atalhos que pés de petistas já pisaram.
Esta “realpolitik” tupiniquim nem mesmo faz jus à original. Naquela havia limites. Na de Alckmin, o limite é o ganho imediato derivado da falta de vergonha.
Quando se aceita a ignomínia como ação política, qualquer aliança ou resultado é defensável. O PT ensina isto todo dia.
Alckmin parece ter aprendido a lição.
A gente não vai esquecer. Nesta aula, fizemos questão de faltar.
27 de janeiro de 2013
REYNALDO ROCHA
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