O advogado, escritor, ensaísta, dramaturgo e poeta paulista José Oswald de Souza Andrade (1890-1954) foi um dos principais articuladores do movimento modernista literário e da célebre Semana de Arte Moderna, espécie de marco divisório na história das artes brasileiras, realizada em São Paulo, em 1922.
O poema “Descobrimento” retrata a súbita preocupação de um homem que mora numa grande cidade e está no conforto de seu lar. O frio que fazia levou-o em pensamento na direção das pessoas do Norte do Brasil, região em que há uma grande incidência de miséria e pobreza.
O eu poético que narra o poema em primeira pessoa, imagina um pobre homem cujo corpo demonstra as marcas do sofrimento e que já está dormindo. Logo, a mensagem mostra que sempre é bom a gente se colocar no lugar do outro para poder sentir na pele o que ele está passando.
Oswald, por Tarsila do Amaral
DESCOBRIMENTO
Oswald de Andrade
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)
O eu poético que narra o poema em primeira pessoa, imagina um pobre homem cujo corpo demonstra as marcas do sofrimento e que já está dormindo. Logo, a mensagem mostra que sempre é bom a gente se colocar no lugar do outro para poder sentir na pele o que ele está passando.
Oswald, por Tarsila do Amaral
DESCOBRIMENTO
Oswald de Andrade
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)
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