"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

OS ANOS TERMINADOS EM TRÊS

  



 
1943 marcou a virada na Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, o Manifesto dos Mineiros anunciou o fim da ditadura do Estado Novo.
 
1953, com Getúlio Vargas de novo no poder, exasperou-se a reação dos conservadores. Ainda que sem povo, a conspiração foi para a rua, prenunciando os graves acontecimentos do ano seguinte, com o suicídio do presidente e o retrocesso no plano social.
 
1963, novamente a chama reacionária dividia o país, preparando o golpe militar de um ano depois, com duas décadas de ditadura.
 
1973 trouxe a substituição do ditador absoluto, Garrastazu Médici, pelo ditador meia-sola, Ernesto Geisel, que em seguida iniciou o processo de abertura política. Ao mesmo tempo, naquele ano, desfez-se a ilusão do milagre brasileiro.
 
1983 revelou a exaustão do regime autoritário. O povo foi para as ruas exigindo diretas já e a eleição de Tancredo Neves, no ano seguinte, mudou tudo.
 
1993 repôs o Brasil nos trilhos, com Itamar Franco na presidência, responsável logo depois pela eleição de Fernando Henrique, a promessa mal-eleita que a todos iludiu.
 
2003, com Lula sendo alçado ao poder, inundou o país de esperança por oito anos, nem tanto assim realizada, mas com energia suficiente para fazer de Dilma Rousseff a sucessora.
 
Agora, 2013, prenúncio de que? Se mantida a rotina de os anos terminados em “3” formarem a base de posteriores e grandes mudanças, vale projetar 2014, com sucessão presidencial e mais um monte de incógnitas. Mas de olho com lupa em 2013.
Nem com bola de cristal será possível prever as armações que o ano em curso nos reserva para o seguinte. Basta imaginar que tudo o que acontecer depois estará sendo desenrolado agora.

03 de janeiro de 2013
Carlos Chagas

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