Principais nomes do chavismo estão em Havana, onde Chávez se recupera de cirurgia. Assembleia Nacional deverá tomar importante decisão no sábado
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é observado pelo vice, Nicolás Maduro (d), e pelo chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, durante pronunciamento realizado em Caracas, no dia 8 de dezembro (Palacio Miraflores/Reuters)
Adán Chávez, irmão mais velho do caudilho e governador do estado de Barinas, foi à ilha encontrar o vice-presidente Nicolás Maduro, apontado por Chávez como seu sucessor caso não tenha condições de tomar posse.
Antes de viajar a Havana no início de dezembro para ser submetido à quarta cirurgia contra o câncer, Chávez fez um pronunciamento pedindo aos venezuelanos que votem em Maduro em caso de novas eleições. A possibilidade de realização de um novo pleito parece cada vez mais próxima, diante dos rumores crescentes sobre a saúde do presidente.
O jornalista Nelson Bocaranda, que mantém o blog RunRun.es, divulgou em sua conta no Twitter que está nas mãos de Adán a decisão sobre manter ou não em funcionamento os aparelhos que estariam mantendo Chávez vivo.
Foi Bocaranda quem primeiro revelou o câncer do caudilho, mas nem sempre o blog acerta: já anunciou, por exemplo, a morte de Fidel Castro. Foi a mais recente informação não oficial sobre a recuperação do mandatário, depois que o jornal espanhol ABC divulgou que Chávez estava em coma induzido.
As autoridades venezuelanas têm rebatido os rumores com informações genéricas sobre o pós-operatório. O ministro de Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza, que é genro de Chávez, foi quem divulgou a última informação. Nesta quarta-feira, pelo Twitter, descreveu a situação como um quadro ‘estável, porém delicado’.
O chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, também está na capital cubana, segundo a imprensa venezuelana, assim como a procuradora-geral Cilia Flores. Cabello deve voltar a Caracas até sábado, quando a Assembleia Nacional deverá se reunir para eleger sua cúpula em uma sessão que será determinante para o futuro do país. Isso porque, se Chávez não tomar posse no dia 10, o chefe do legislativo tomará posse interinamente até a realização de novas eleições.
A imprensa venezuelana especula que Cabello poderia permanecer na chefia do Parlamento ou passar o cargo para Blanca Fekhout. Na segunda hipótese, ele ficaria livre para apoiar o vice-presidente Nicolás Maduro em uma futura campanha presidencial - o que não poderia fazer se assumisse a Presidência.
Enquanto isso, em Caracas, a oposição segue cobrando transparência do governo na divulgação das informações sobre a saúde de Chávez. Propõe ainda a ida de uma comissão de parlamentares, governadores e médicos a Cuba para atestar de perto as condições do mandatário.
03 de janeiro de 2013
Veja
(Com agência France-Presse)
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