A Associação das Empresas Jornalísticas da Argentina (Adepa) afirmou que a pressão do governo de Cristina Kirchner para impedir que as redes de supermercados e cadeias de lojas de eletrodomésticos anunciem em jornais e na TV é uma forma de censura. Segundo Daniel Dessein, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa do órgão, esta ação afeta ao menos dois artigos da Constituição argentina, além de diversos tratados internacionais dos quais o país vizinho é signatário. Ele afirma que já há quem analise a possibilidade de levar o caso ao Judiciário.
— Para nós, é claro que há um problema legal, porém não existe uma ordem formal para a suspensão dos anúncios. Isso ocorreu na base da pressão, o que dificulta ações judiciais, ainda mais neste momento em que atravessamos, onde o próprio Judiciário é cerceado — afirmou Dessein.
O presidente da comissão lembra que o impacto econômico é muito forte para as empresas, o que pode comprometer a liberdade editorial. Ele conta que os dois segmentos estão entre os maiores anunciantes argentinos. Representam cerca de 20% da verba publicitária local, embora em alguns jornais e períodos do ano, podem atingir 50%:
— Não sabemos ainda como equilibrar as finanças nesse cenário, as empresas ainda estão fazendo contas. Mas acredito que a primeira medida será reduzir páginas dos jornais para economizar.
Ele afirma que diversas entidades internacionais, como a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) estão preocupadas com a situação na Argentina. Mas já antes disso, conta, a imprensa livre já sofria com restrições à publicidade oficial e à compra de papel.
— Acredito que o controle de preços do governo foi a desculpa ideal para mais um golpe no jornalismo livre — disse.
09 de fevereiro de 2013
Henrique Gomes Batista - O Glubo
— Para nós, é claro que há um problema legal, porém não existe uma ordem formal para a suspensão dos anúncios. Isso ocorreu na base da pressão, o que dificulta ações judiciais, ainda mais neste momento em que atravessamos, onde o próprio Judiciário é cerceado — afirmou Dessein.
O presidente da comissão lembra que o impacto econômico é muito forte para as empresas, o que pode comprometer a liberdade editorial. Ele conta que os dois segmentos estão entre os maiores anunciantes argentinos. Representam cerca de 20% da verba publicitária local, embora em alguns jornais e períodos do ano, podem atingir 50%:
— Não sabemos ainda como equilibrar as finanças nesse cenário, as empresas ainda estão fazendo contas. Mas acredito que a primeira medida será reduzir páginas dos jornais para economizar.
Ele afirma que diversas entidades internacionais, como a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) estão preocupadas com a situação na Argentina. Mas já antes disso, conta, a imprensa livre já sofria com restrições à publicidade oficial e à compra de papel.
— Acredito que o controle de preços do governo foi a desculpa ideal para mais um golpe no jornalismo livre — disse.
09 de fevereiro de 2013
Henrique Gomes Batista - O Glubo
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