Obra se arrasta desde o governo Fernando Collor. Primeira etapa da construção tem 65 quilômetros
Sob protestos, a presidente Dilma Rousseff inaugurou nesta terça-feira em Água Branca (AL) o primeiro trecho, de 65 quilômetros, do canal do sertão, a maior obra hídrica do estado que terá 250 quilômetros e beneficiará mais de um milhão de moradores de 45 cidades.
Durante os 26 minutos do discurso da presidente, ouviu-se apitos e gritos dirigidos ao governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB) e à presidente. Os manifestantes também repudiaram a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) na solenidade.
Com cartazes improvisados e dizendo não pertencer a nenhum grupo político, os manifestantes mostravam mensagens como “Dilma, de oprimida a opressora".
Outro cartaz pedia a renúncia do governador tucano. Os manifestantes se queixavam da "roubalheira" no governo e da situação do campus da Universidade Federal de Alagoas, no município de Delmiro Gouveia. A presidente não deu atenção aos protestos e não interrompeu o seu discurso.
Na entrada de Água Branca, houve outra manifestação. Agricultores espalharam carcaças de bois na rodovia para protestar contra os prejuízos provocados pela seca. Mais cedo, manifestantes fecharam trechos da BR 316, para impedir a passagem das autoridades, e reivindicar o asfaltamento de 15 quilômetros da rodovia.
O trecho, entre Canapi e povoado de Carié, já consta para o governo federal como asfaltado, mas está no barro há mais de meio século.
Durante a inauguração, Dilma prometeu asfaltar o trecho da BR-316, enumerou as iniciativas do governo de combate aos efeitos da seca e assinou a liberação de mais 5 milhões para a obra do Canal do Sertão.
— O Brasil está tomando uma série de medidas para melhorar as condições de produção, porque nós queremos que o Brasil cresça. E eu quero assegurar a vocês que o Brasil vai crescer — disse.
— Este país é um país que nada contra a corrente internacional... Esse país que criou nos últimos dez anos 15 milhões de empregos com carteira assinada, ele precisa ter também diminuição do imposto — acrescentou.
12 de março de 2013
Letícia Lins, O Globo
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