Dilma muda rotina de olho nas eleições de 2014
Discursos monótonos deram lugar a textos mais parecidos com o estilo de Lula
BRASÍLIA — Alçada à condição de candidata à reeleição pelo PT com mais de um ano de antecedência, a presidente Dilma Rousseff incorporou de vez o papel e vem imprimindo mudanças nos discursos e na rotina de trabalho.
Discursos burocráticos e modorrentos começam a dar lugar a textos mais leves, com tiradas no estilo do ex-presidente Lula, como o uso de diminutivos, referências aos hábitos das pessoas mais simples e até tiradas de futebol.
As reuniões técnicas e exaustivas no gabinete são, aos poucos, substituídas por viagens pelo país, com foco no Nordeste, e por eventos abertos no Palácio do Planalto, com maior exposição da presidente. Na semana passada, por exemplo, Dilma teve eventos públicos de segunda a sexta-feira.
Depois da cadeia nacional de rádio e televisão, dia 8, em homenagem à mulher, a presidente abriu a semana no topo da rampa do Planalto, para receber o primeiro-ministro neo-zelandês, John Key, mas depois se dedicou à pauta doméstica: passou por Alagoas para inaugurar o trecho do canal do sertão, usou o programa de rádio para falar sobre as medidas do governo para enfrentar a seca no Nordeste — a maior dos últimos 50 anos — e promoveu novos eventos com políticas para as mulheres, para os consumidores, e para a área de ciência e tecnologia. Na fala sobre a seca, no rádio, lembrou o antecessor, ao usar diminutivos:
— Vamos ter um programa de recuperação de todas as criações, de todos os rebanhos do pequeno, do médio e do grande agricultor do semiárido. Nós vamos recompor as matrizes, nós vamos recompor os bodezinhos, as cabrinhas, os bois, nós vamos recompor as galinhas que foram perdidas.
Ao longo da semana, a presidente ainda lançou um programa voltado para as mulheres, com foco no combate à violência, que ela quer varrer no país. Passou 30 minutos tirando fotos com as presentes, com um sorriso nos lábios e disposição para distribuir beijos e abraços. A própria presidente, vendo a fila de mulheres barradas pelos seguranças, as chamava para as fotos.
A rotina de viagens nacionais foi interrompida nesta semana pela entronização do Papa Francisco. Dilma irá à cerimônia e terá um encontro privado com o novo papa, ganhando maior visibilidade entre os católicos.
Na volta, deve ir ao Ceará, para eventos nas áreas de educação e recursos hídricos, ao lado do governador Cid Gomes (PSB). Também está prevista uma visita a Pernambuco, até o fim do mês. A agenda turbinada compete com a de seus potenciais rivais em 2014, o tucano Aécio Neves, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Também inspirada no seu padrinho político, Dilma introduziu o futebol em seus discursos e na sua agenda de compromissos. Está prevista visita à nova Arena Fonte Nova, em Salvador. Ao lado do presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, mês passado, se entusiasmou:
— Asseguro que a seleção da Nigéria será muito bem recebida no Brasil, em junho, para a Copa das Confederações. Tenho certeza que o presidente Goodluck Jonathan e eu assistiremos juntos à final Brasil e Nigéria, no Maracanã.
Discursos burocráticos e modorrentos começam a dar lugar a textos mais leves, com tiradas no estilo do ex-presidente Lula, como o uso de diminutivos, referências aos hábitos das pessoas mais simples e até tiradas de futebol.
As reuniões técnicas e exaustivas no gabinete são, aos poucos, substituídas por viagens pelo país, com foco no Nordeste, e por eventos abertos no Palácio do Planalto, com maior exposição da presidente. Na semana passada, por exemplo, Dilma teve eventos públicos de segunda a sexta-feira.
Depois da cadeia nacional de rádio e televisão, dia 8, em homenagem à mulher, a presidente abriu a semana no topo da rampa do Planalto, para receber o primeiro-ministro neo-zelandês, John Key, mas depois se dedicou à pauta doméstica: passou por Alagoas para inaugurar o trecho do canal do sertão, usou o programa de rádio para falar sobre as medidas do governo para enfrentar a seca no Nordeste — a maior dos últimos 50 anos — e promoveu novos eventos com políticas para as mulheres, para os consumidores, e para a área de ciência e tecnologia. Na fala sobre a seca, no rádio, lembrou o antecessor, ao usar diminutivos:
— Vamos ter um programa de recuperação de todas as criações, de todos os rebanhos do pequeno, do médio e do grande agricultor do semiárido. Nós vamos recompor as matrizes, nós vamos recompor os bodezinhos, as cabrinhas, os bois, nós vamos recompor as galinhas que foram perdidas.
Ao longo da semana, a presidente ainda lançou um programa voltado para as mulheres, com foco no combate à violência, que ela quer varrer no país. Passou 30 minutos tirando fotos com as presentes, com um sorriso nos lábios e disposição para distribuir beijos e abraços. A própria presidente, vendo a fila de mulheres barradas pelos seguranças, as chamava para as fotos.
A rotina de viagens nacionais foi interrompida nesta semana pela entronização do Papa Francisco. Dilma irá à cerimônia e terá um encontro privado com o novo papa, ganhando maior visibilidade entre os católicos.
Na volta, deve ir ao Ceará, para eventos nas áreas de educação e recursos hídricos, ao lado do governador Cid Gomes (PSB). Também está prevista uma visita a Pernambuco, até o fim do mês. A agenda turbinada compete com a de seus potenciais rivais em 2014, o tucano Aécio Neves, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Também inspirada no seu padrinho político, Dilma introduziu o futebol em seus discursos e na sua agenda de compromissos. Está prevista visita à nova Arena Fonte Nova, em Salvador. Ao lado do presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, mês passado, se entusiasmou:
— Asseguro que a seleção da Nigéria será muito bem recebida no Brasil, em junho, para a Copa das Confederações. Tenho certeza que o presidente Goodluck Jonathan e eu assistiremos juntos à final Brasil e Nigéria, no Maracanã.
17 de março de 2013
Luiza Damé
Catarina Alencastro
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