Dez anos comandando os rumos do país. Mesmo assim, enganam-se aqueles que acreditam que o Partido dos Trabalhadores deseja o poder. Por mais que tenha, por intermédio da distribuição de bolsas e doutrinação cultural, fixado-se de maneira quase eterna na Presidência da República, o partido não almeja ter para si o poder. Nada disso.
Ter o poder é pouco. O PT quer muito mais.
Nas comemorações deste partido, relativas aos dez anos de governo, um novo inimigo foi eleito: a imprensa. Segundo seus integrantes, não há uma oposição política que mereça qualquer preocupação (o que é verdade).
A verdadeira força antagônica que estaria pronta a atacar os interesses petistas seria, segundo seus integrantes, a imprensa, que vive criticando-os. Para impedir que os jornais continuem a enfrentar o todo-poderoso partido, uma solução: o marco regulatório.
Desta feita, com a mídia sob seu controle, nada poderá impedir a sua perpetuação nas mais altas esferas do poder.
Mas, espere um momento... Quem foi que disse que o PT não controla a mídia?
Ora, ao confrontarmos a podridão que ronda este partido com as denúncias efetivas feitas pelos veículos de informações tupiniquins, chegamos a uma conclusão: somente quando nada mais era possível fazer para esconder o mau cheiro que brota de seus porões é que a mídia denunciou alguma coisa; mesmo quando o fez, foi de maneira superficial e cuidando para preservar a imagem dos seus ídolos de barro, como Lula (exemplo clássico: mensalão). Fossem os jornais, a internet e a televisão tão maldosos como eles afirmam, sequer teriam sido eleitos ao primeiro mandato presidencial.
Os jornalistas brasileiros não denunciaram, por exemplo, as ligações do PT com as FARC, com Fidel Castro e o falecido Chávez. Nada falaram sobre o asilo dado ao falso pastor Olivério Medina, agente infiltrado das FARC. Nada falaram sobre o significado real do asilo político dado ao terrorista Cesare Battisti.
Não comentaram sobre o fato de Olívio Dutra ter recebido Hernán Ramírez, representante daquele grupo narco-terrorista no Palácio Piratini em 1999.
Não deram ouvidos às denúncias feitas por Olavo de Carvalho e Graça Salgueiro acerca do movimento estratégico do Foro de São Paulo, cujo objetivo é o de tornar a América Latina uma repetição do leste europeu soviético, contado para isso com a associação de partidos políticos, como o PT, e movimentos guerrilheiro como o MIR, o ELN e as próprias FARC.
Aqueles que denunciaram estas ligações, ou melhor, traição, foram desfenestrados sem maiores explicações dos grandes jornais. E os petistas ainda acham que a mídia os persegue e que por isso necessita ser regulada, como já acontece com a TV por assinatura (a cota de programação nacional) e com o cinema, em nome de "democratizar" estes meios de comunicação e entretenimento.
Dizer que o PT deseja o poder não basta. O PT quer a supremacia, a hegemonia total sobre toda a forma de pensamento. Não tolera o mais mínimo resquício de contraponto. Não suporta que, num jornal como a Zero Hora por exemplo, exista um único colunista conservador (Percival Puggina) dentre um sem número de simpatizantes do partido que escreve naquele diário. Já é muito. O suficiente para se chamar a imprensa de golpista. Para eles, a crítica só é admissível até o ponto que eles próprios admitam.
No âmbito da educação e cultura, não é diferente. Os livros didáticos, os financiamentos para produções culturais e as verbas publicitárias do Estado só são aprovados e liberados quando existe uma clara identificação entre a ideologia do partido e o conteúdo destas produções (mesmo os filmes "Tropa de Elite" no final das contas deixam claro: "o sistema é foda". Moral da história: quem for contra ele será destruído).
Hegemonia. Isto é o que busca o PT, e ele já está conseguindo. Nos bancos universitários, nas salas de redação, nos estúdios de rádio e televisão, sua influência é mais do que perceptível e comprovada. Pouquíssimos opositores resistem bravamente em pequenos espaços de jornais, revistas e páginas da internet (próximo alvo da regulação estatal-partidária).
Esta resistência, ainda que ínfima, não é tolerada pela cúpula do partido e seus militantes. Ela é inadmissível e precisa ser expurgada a qualquer custo. Exatamente como foi feito na ex-URSS, na China, em Cuba e na Coréia do Norte.
Tudo isso soa meio totalitário, meio teoria da conspiração não é mesmo? Sim, concordo. Mas basta que se estude o Estatuto do PT, suas Convenções e as atas das reuniões do Foro de São Paulo para se verificar que de maneira alguma se trata de teoria da conspiração. Já de totalitário...
COMENTO: os militares que governaram o Brasil entre 1964 e 1985 descuidaram da infiltração insidiosa que os canalhas efetuaram em áreas específicas, particularmente a educacional.
Naquele período, particularmente após 1977/78, as idéias "socializantes" foram inseridas de forma solerte na mentalidade de crianças e jovens estudantes por professores que priorizavam a ideologia em detrimento da nobre missão de ensinar.
O resultado foi gerações e gerações de cidadãos convencidos e convencedores de que "a revolução está acima de tudo, inclusive da própria Pátria".
Assim, hoje temos formadores de opinião (professores e mídia) subjugados pelas verbas de propaganda governamental, reforçando a formação de cidadãos para os quais a exigência de direitos se sobrepõe a qualquer dever.
E só reclamam os integrantes da minoria de pagantes da farra. Até quando?
17 de março de 2013
Lenilton Morato
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