SEC dos EUA vai investigar Embraer por denúncia de superfaturamento e suborno em vendas a argentinos
Salve, Jorge!
23 de abril de 2013
A Securities and Exchange Commission (SEC) – que fiscaliza o mercado de capitais nos Estados Unidos e monitora empresas listadas em bolsas de lá – vai mesmo fiscalizar a Embraer pela denúncia de que a fabricante de aviões brasileira teria vendido aeronaves a preços superfaturados para a Aerolineas Argentinas. Ontem, em comunicado ao mercado e à imprensa especializada, a Embraer negou que tenha feito tal operação ilegal.
Listada na Bolsa de Nova York e com operações em manutenção de aeronaves em Fort Lauderdale e Nashville, além de ter uma fábrica em construção, nos EUA, a Embraer teme ser enquadrada no Foreign Corrupt Practices Act. Intimada pela SEC (a CVM norte-americana), a Embraer até abriu uma investigação interna sobre o caso. O Escândalo envolvendo os argentinos é tratado como “assunto de confidencialidade”, por recomendação da SEC, quando intimou a empresa brasileira.
O escândalo pode causar embaraços na vaidosa relação entre a argentina Cristina Kirchner e a brasileira Dilma Rousseff (claro, atingindo também Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-Presidente que posa de “vendedor” para as empresas brasileiras no exterior). O juiz federal argentino Ariel Torres abriu um processo para invesrigar se houve pagamento indevido pela Embraer, no formato de propina, para membros do governo Cristina – principalmente seu ex-secretário de Transportes, Ricardo Jaime.
A Embraer vendeu 20 aviões para a Argentina em maio de 2009 por U$$ 700 milhões. O recurso foi financiado em 80% pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil. Tudo a uma taxa de 7% ao ano, ao longo de 10 anos. Foi uma taxa sem precedentes para um empréstimo que não é financeiro, mas destinado ao investimento de uma empresa em outro país. Coisas do nosso Capimunismo e das parcerias feitas entre os companheiros do Foro de São Paulo.
Investigue tudo, MPF!
Nesta quarta-feira acontecerá a mobilização nacional contra a Proposta de Emenda à Constituição 37/2011, conhecida como a PEC da Impunidade.
O 1° Simpósio Brasileiro Contra a Impunidade ocorrerá na cidade de Brasília.
Nosso colunista João Vinhosa aproveita para recomendar ao MPF que investigue, profundamente, o escândalo Gemini – uma estranha parceria entre a Petrobrás e uma transnacional de gases.
Leia, abaixo, o artigo dele: A PEC 37 e o poder investigatório do Ministério Público
Megafusão garantida
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não tem como e nem por que se opor à fusão anunciada ontem entre Kroton e Anhanguera – dois gigantes do ensino superior privado.
Os dois grupos atuam em regiões bem distintas: Kroton é mais forte no Paraná e Mato Grosso, embora seja sediada em Minas, e a Anhanguera tem foco maior em São Paulo, onde fica sua sede.
Portanto, é mero papo furado o inútil procedimento veiculado ontem de que o Cade fará uma análise bairro a bairro para saber se Anhanguera e Kroton ferem a concorrência.
Aliás, o Cade ainda estava analisando a grande aquisição da Uniban pela Anhanguera, quando algo muito maior acontece agora...
Nordeste na mira
Os maiores grupos de educação da região Norte e Nordeste serão os alvos preferenciais da Kroton-Anhanguera para novas aquisições.
Mas é bom que ninguém no mercado descarte que grandes centros universitários de São Paulo (como a Uninove) não entrem na mira do novo gigante do ensino.
Também não pode se descartar que outros donos de centros universitários em São Paulo coloquem à venda seus negócios.
Estácio tem que se virar
Quem perdeu uma mega oportunidade de fechar negócio com a Anhanguera foi a Estácio Participações.
Os dois grupos vinham discutindo uma fusão há algum tempo, mas o grupo GP não chegou a um acordo rápido com os principais investidores da Anhanguera.
Agora, tanto a Kroton quanto a Anhanguera afirmam não ter interesse em uma incorporação da Estácio – que terá de procurar novos parceiros.
A SEB (Sistema Educacional Brasileiro) – outra gigante do setor – e a Abril Educação podem ser algumas delas que serão obrigadas a se fundir ou podem sifu...
Entre colunas
Chama-se Gabriel Mário Rodrigues o grande piloto da fusão entre Anhanguera e Kroton (com a segunda aparentemente assimilando a primeira).
Aos 80 anos de idade, ex-reitor e controlador da Universidade Anhembi-Morumbi (que vendeu recentemente ao grupo norte-americano Laureate), o conhecido maçom Gabriel costurou o negócio, no maior segredo, diretamente, com o ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, cuja família comandava a Kroton.
Gabriel era o maior cotista do Fundo de Educação para o Brasil – que detinha 10,27% da Anhanguera Educacional.
Digestão
Ainda não se sabe que nome terá a nova empresa resultante da fusão.
Na cúpula da Anhanguera, a fusão foi muito bem vista, pois havia um sentimento de que a empresa já tinha chegado ao seu limite de gestão, e via sinais de que havia muito espaço ainda para crescer.
Só depois que o Cade der o nada a opor para a operação é que as duas empresas vão falar de como acontecerá a sinergia entre ambas.
Uma tendência é o grande investimento em ensino à distância – que gera grandes lucros e ganhos de escala muito elevados.
Grande Irmão
O experiente Gabriel Mário Rodrigues será o Presidente do Conselho de Administração do novo grupo, que terá como presidente executivo Rodrigo Galindo, que é o atual presidente da Kroton.
O grupo Kroton-Anhanguera já nasce com valor de mercado de R$ 12 bilhões e faturamento de R$ 4,3 bilhões.
Ambas reúnem 1 milhão de alunos em 800 faculdades.
Jóia da Coroa
Além da Estácio, que até a fusão da Kroton-Anhanguera era o terceiro maior grupo educacional do Brasil, existem outros grupos que devem se preparar para grandes alianças no mercado nacional.
A Unip, que pertence a Carlos Alberto Di Gênio, do Grupo Objetivo, é uma das jóias da coroa do setor para uma operação de fusão com outro grupo forte que já esteja na bolsa de valores.
Também é grande a possibilidade de algum grande grupo estrangeiro dar a nova cartada do setor, abocanhando ou promovendo a fusão de universidades brasileiras de peso.
Briga de gigantes transnacionais
A gestão da Educação brasileira em grandes grupos, com incentivos do governo dando bolsas ou financiamentos de longo prazo para estudantes, é um projeto resultante do famoso Consenso de Washington – encontro transnacional de 1989 que definiu diretrizes para países ditos emergentes.
Uma das candidatas a ampliar o sua atuação no mercado brasileiro é a Laureate International Universities –fundada em 1998 e cujo chanceler honorário é ninguém menos que o ex-Presidente norte-americano Bill Clinton.
Outra séria candidata a entrar mais forte no Brasil é a também norte-americana Apollo Group, que controla a prestigiada Universidade de Phoenix.
A “chinesa” New oriental (na verdade controlada por capitais ingleses) corre por fora...
Protecionismo burro
Existem projetos de Lei tentando barrar o ingresso do capital estrangeiro no Brasil, mas dificilmente serão aprovados.
O PL 7.200/2006 prevê uma restrição de 30% do capital estrangeiro na participação acionária de empresas de ensino.
Já o PL 7.040/2010 estipula uma participação de apenas 10% das transnacionais no capital total das instituições de ensino brasileiras.
Os dois projetos pecam pela visão capimunista de que o ensino superior tem de ser controlado pelo Estado – o que é uma grande bobagem, vide o resultado nada positivo da interferência do MEC nas universidades privadas, enquanto as instituições federais e públicas são maus exemplos de gestão e desempenho.
Tendência
O ingresso de grupos financeiros no controle de universidades no Brasil parece um caminho sem volta.
Tudo fica facilitado porque não existe uma política pública definida para regulamentar as fusões institucionais no setor educacional - que movimenta algumas dezenas de bilhões de reais por ano.
É preciso ter cuidado para que a Educação – um valor estratégico para o verdadeiro desenvolvimento, porém sempre mal tratado no Brasil – não se transforme em uma mera mercadoria, com os controladores hegemônicos do setor apenas enxergando mais lucros que resultados sociais.
Sobre o assunto, leia o artigo do professor Reginaldo Gonçalves no site Fique Alerta:
Fraude explicada
Ex-diretora do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Rosa Ana Mercedes Diaz, explica, didaticamente, como ocorreu a fraude eleitoral na Venezuela.
Na avaliação dela, Henrique Capriles teve, na verdade, 8 milhões de votos contra 6 milhões do “vencedor”Nicolas Marduro.
Veja como o roubo eleitoral ocorreu na Venezuela do falecido Hugo Chávez:
A impunidade é cor de Rosa
Salve, Jorge!
Hoje é dia de São Jorge – o santo guerreiro.
Feriado no Rio de Janeiro, por iniciativa de um parlamentar petista que é devoto do santo.
Nem São Jorge deve gostar de quem não trabalha no dia dedicado a ele...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
23 de abril de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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