Rodrigo Constantino
Janer Cristaldo transformou nosso pequeno debate de Facebook em artigo, tendo, claro, a palavra final. É justo. Ele afirma, logo no título, que não se fazem mais intelectuais como antigamente. E eu respeito sua opinião. Pode até ser verdade. Afinal, de certa forma somos todos filhos de nosso tempo, em parte. Gostaria apenas de dizer duas coisas:
1) não respondo pelos meus seguidores, e não aprovo chamarem o outro de "senil" apenas por discordar de sua opinião;
2) mantenho minha visão de que é possível, sim, ter angústias profundas, mergulhar em pensamentos rebuscados, ler ótimos livros e escutar música de primeira, e depois trocar o chapéu, vestir a roupa de "homem comum" e se divertir com a última baboseira high tech de Hollywood ou na montanha-russa da Disney com a filha.
Eu não acho que para ser um intelectual é preciso ser carrancudo e ranzinza, ainda que concorde que não dá para ser o oposto, aquela "happy people", alguém que SÓ quer saber de distrações vazias, de futebol, carnaval e novelas. São coisas diferentes.
Não sei se o Janer tem filhos, mas esse debate me remeteu ao grande historiador Paul Johnson, que define intelectual como alguém que ama as idéias mais do que as pessoas. Quando estou dando um lupin na montanha-russa do Hulk e vendo o sorriso de felicidade estampado no rosto de minha filha, isso é algo muito bom, que não pode ser comparado ao prazer de ler um angustiante Camus ou Kafka. São coisas bem diferentes, e lamento que, para alguns, uma coisa impeça a outra.
Enfim, respeito a opinião de Janer, mas ainda acho que poderíamos, eu e ele, trocar dois dedos de prosa profunda sobre o impacto da igreja nas instituições moralizantes da humanidade, e fazer isso logo depois de ver o último filme do Batman. Por que não?
PS: Dando o benefício da dúvida ao Janer, eu confesso ter dificuldade de imaginar Luiz Felipe Pondé, um filósofo que eu admiro, ao lado do Mickey. Acho que ele vomitaria em cima do Pateta (rs). Mas, como concluiu o próprio Janer, você não pode fugir de quem você é, e minha personalidade, meu estilo, minha visão de mundo, são diferentes. Neles, o humor banal encontra algum espaço, até para suavizar o peso da angústia com as coisas mais sérias. Mas, cada um é cada um. E viva as divergências saudáveis!
30 de abril de 2013
Rodrigo Constantino
Janer Cristaldo transformou nosso pequeno debate de Facebook em artigo, tendo, claro, a palavra final. É justo. Ele afirma, logo no título, que não se fazem mais intelectuais como antigamente. E eu respeito sua opinião. Pode até ser verdade. Afinal, de certa forma somos todos filhos de nosso tempo, em parte. Gostaria apenas de dizer duas coisas:
1) não respondo pelos meus seguidores, e não aprovo chamarem o outro de "senil" apenas por discordar de sua opinião;
2) mantenho minha visão de que é possível, sim, ter angústias profundas, mergulhar em pensamentos rebuscados, ler ótimos livros e escutar música de primeira, e depois trocar o chapéu, vestir a roupa de "homem comum" e se divertir com a última baboseira high tech de Hollywood ou na montanha-russa da Disney com a filha.
Eu não acho que para ser um intelectual é preciso ser carrancudo e ranzinza, ainda que concorde que não dá para ser o oposto, aquela "happy people", alguém que SÓ quer saber de distrações vazias, de futebol, carnaval e novelas. São coisas diferentes.
Não sei se o Janer tem filhos, mas esse debate me remeteu ao grande historiador Paul Johnson, que define intelectual como alguém que ama as idéias mais do que as pessoas. Quando estou dando um lupin na montanha-russa do Hulk e vendo o sorriso de felicidade estampado no rosto de minha filha, isso é algo muito bom, que não pode ser comparado ao prazer de ler um angustiante Camus ou Kafka. São coisas bem diferentes, e lamento que, para alguns, uma coisa impeça a outra.
Enfim, respeito a opinião de Janer, mas ainda acho que poderíamos, eu e ele, trocar dois dedos de prosa profunda sobre o impacto da igreja nas instituições moralizantes da humanidade, e fazer isso logo depois de ver o último filme do Batman. Por que não?
PS: Dando o benefício da dúvida ao Janer, eu confesso ter dificuldade de imaginar Luiz Felipe Pondé, um filósofo que eu admiro, ao lado do Mickey. Acho que ele vomitaria em cima do Pateta (rs). Mas, como concluiu o próprio Janer, você não pode fugir de quem você é, e minha personalidade, meu estilo, minha visão de mundo, são diferentes. Neles, o humor banal encontra algum espaço, até para suavizar o peso da angústia com as coisas mais sérias. Mas, cada um é cada um. E viva as divergências saudáveis!
30 de abril de 2013
Rodrigo Constantino
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