"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 18 de abril de 2013

VENEZUELA E BRASIL: REFERENDANDO A DEMOCRACIA DA VERGONHA

 
maduro pra cair

Como sempre o Brasil da “Era PT” se apressa em reconhecer e referendar um governo eleito sob forte suspeita de fraude eleitoral.
 
Depois de aclamar o presidente “reeleito” do Irã como “grande vitorioso da festa da democracia” e depois ser ridicularizado pela própria autoridade eleitoral daquele país que confirmou a fraude, mas foi impedida de atuar pelas autoridades religiosas de lá (que realmente comandam o país); nossa amada nação referenda mais uma “festa da democracia” coroada de dúvidas, denúncias e clara manipulação da máquina estatal em favor do candidato vitorioso.
 
Além disso, ao referendar a eleição de Maduro para a presidência da Venezuela, o Brasil referenda também o uso da violência descarada para reprimir as manifestações legítimas e democráticas, promovidas pela oposição, em busca apenas de seu direito constitucional (e previsto em qualquer democracia que de preze) da recontagem de votos.
 
Ora, se não houve fraude e a “vontade do povo” realmente prevaleceu; qual o impedimento de recontar os votos e esfregar na cara da oposição a sua vitória “nas urnas”?
 
A recusa formal da autoridade eleitoral venezuelana em recontar os votos, através dos impressos de validação depositados em urnas anexas às eletrônicas e “vendidos” ao eleitorado como garantia da lisura dos terminais, deixa exposta a evidência cristalina de manipulação da votação eletrônica.
 
Por mais incrível que possa parecer, a autoridade eleitoral venezuelana tem a cara de pau de afirmar que uma recontagem manual de votos não é possível. Pois, ao longo dos anos, a “vontade do eleitor” foi fraudada por esse tipo de procedimento.
 
Do que eles têm medo? Maduro já foi eleito e praticamente empossado. Se houve mesmo uma vitória da situação uma recontagem de votos não poderia apontar outro resultado que não este.
A recontagem calaria a boca da oposição e das instituições internacionais que apontam o dedo para os bolivarianos e os acusam de fraudadores.
 
Essa recusa inexplicável e a justificativa canhestramente vomitada pela autoridade eleitoral venezuelana, aliadas ao uso da repressão violenta e das ameaças de radicalização do “movimento”, feitas por Maduro, apenas reforçam a visão de que a vitória (com gosto amargo de derrota) do chavismo por margem tão estreita de votos foi muito mais fruto da manipulação eletrônica de dados do que da vontade do povo venezuelano.
 
Além disso, mais uma vez, nós fazemos o papel de palhaços para o mundo, aplaudindo mais uma vergonhosa farsa destinada a reprimir a vontade de uma nação e a referendar um pleito ilegal e imoral. Como cegos e alienados, vamos aplaudir e abraçar outra ditadura gritando ao mundo como amamos a democracia da vergonha.
 
18 de abril de 2013
arthurius maximus
 

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