Polícia Militar acompanha multidão, que descumpre liminar da Justiça proibindo protestos que atrapalhem circulação durante a Copa das Confederações
BELO HORIZONTE - Cerca de 8 mil manifestantes realizam neste sábado uma passeata em Belo Horizonte, na capital mineira, e fecharam diversas vias em protesto ao aumento das tarifas de ônibus e aos gastos com a Copa do Mundo. Um evento da Fifa, que transmitia a partida entre Brasil e Japão, em telões, na Praça da Estação, foi alvo dos gritos de ordem de manifestantes.
Acompanhada de perto por 30 policiais do Batalhão de Choque da PM, a manifestação foi pacífica. Não houve confronto com policiais. O comando da polícia disse que vai fazer um boletim de ocorrência a ser encaminhado ao desembargador responsável pela liminar que estabelece prisão e aplicação de multas diárias no valor de R$ 500 mil para os líderes dos protestos.
Oito líderes foram identificados pela Polícia Militar. A PM usará ainda filmagens de câmeras de segurança para identificar os manifestantes. Liminar do desembargador Carlos Augusto de Barros Levenhagen, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, havia proibido a manifestação em vias públicas durante a Copa das Confederações.
Com a cara pintada de verde e amarelo, o estudante de 19 anos Pedro Marcatto, do Colérgo Rui Barbosa, ficou sabendo do movimento por um colega da escola.
- Estou aqui para lutar a favor dos meus direitos. Se não fizermos isso hoje, amanhã já era - afirma.
Aluno do Colégio Estadual, Natan Barbosa, 18, reclama do dinheiro que gasta diariamente com ônibus.
- Pego quatro ônibus por dia, cinco vezes por semana, no mínimo, excluindo os fins de semana. Pesa muito no meu bolso.
Luana Máximo, do Colégio Tiradentes, também se queixa do preço da passagem.
- Faço pré-vestibular, uso o ônibus todo o dia e valor da passagem é um absurdo se comparado a precariedade do serviço oferecido. A população precisa sair da inércia - disse.
Estudante de engenharia civil da UFMG, Eduardo Abreu, 22 anos, critica os excessivos gastos com os estádios da Copa do Mundo.
- O Mineirão, por exemplo, falam ter custado R$ 700 milhões. Mas não temos obras de mobilidade urbana. Cadê o metrô, os ônibus de qualidade, os trens, o táxi mais barato? - questiona.
À tarde, manifestantes fecharam uma das vias da Praça da Liberdade, onde fica a antiga sede do governo do estado. Depois de fecharem duas vias da Rua Cristóvão Colombo, na região da Savassi, fazendo com que o trânsito precisasse ser desviado para a Rua Getúlio Vargas, os manifestantes prosseguiram em direção à praça, descumprindo liminar da Justiça. Por volta de 14h35m, os manifestantes já marchavam para o Centro da capital mineira.
Manifestantes fecharam ainda a Praça Sete e foram para a Praça da Estação. No local, pessoas assistiam o jogo do Brasil em telões. Vaias foram destinadas ao evento.
Logo em seguida, os manifestantes deixaram a Praça da Estação e foram até a rodoviária. Um viaduto que dá acesso ao Centro foi fechado. Durante o percurso, a principal via da cidade, a Avenida Afonso Pena, também foi temporariamente fechada. O movimento promete mais protestos para a segunda-feira.
Um dos porta-vozes do movimento diz que não há liderança no ato, que se trata de um movimento de estudantes. Logo, diz ele, a liminar não se aplica à manifestação. Dela, participam grupos como o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa e o Fora Lacerda (em referência ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda). Há ainda integrantes de PSTU, PSOL e estudantes, em geral.
Segundo os manifestantes, as insatisfações se dão pela reajuste da tarifa do ônibus, que hoje custa R$ 2,80 (no fim do ano passado, o valor era R$ 2,65). Os manifestantes querem o retorno ao valor anterior e alegam que já há previsão de aumento, em acordo estabelecido entre empresários e prefeitura, para o fim do ano. Eles também protestam contra os altos investimentos para a Copa do Mundo, em estádios e obras, em detrimento de saúde e educação.
- Cansei de ficar em casa sem fazer nada. A questão do ônibus é um ponto, é apenas o lema. Os governantes precisam olhar e melhorar saúde e educação - afirma o estudante Luiz Gustavo, de 17 anos.
Acompanhada de perto por 30 policiais do Batalhão de Choque da PM, a manifestação foi pacífica. Não houve confronto com policiais. O comando da polícia disse que vai fazer um boletim de ocorrência a ser encaminhado ao desembargador responsável pela liminar que estabelece prisão e aplicação de multas diárias no valor de R$ 500 mil para os líderes dos protestos.
Oito líderes foram identificados pela Polícia Militar. A PM usará ainda filmagens de câmeras de segurança para identificar os manifestantes. Liminar do desembargador Carlos Augusto de Barros Levenhagen, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, havia proibido a manifestação em vias públicas durante a Copa das Confederações.
Com a cara pintada de verde e amarelo, o estudante de 19 anos Pedro Marcatto, do Colérgo Rui Barbosa, ficou sabendo do movimento por um colega da escola.
- Estou aqui para lutar a favor dos meus direitos. Se não fizermos isso hoje, amanhã já era - afirma.
Aluno do Colégio Estadual, Natan Barbosa, 18, reclama do dinheiro que gasta diariamente com ônibus.
- Pego quatro ônibus por dia, cinco vezes por semana, no mínimo, excluindo os fins de semana. Pesa muito no meu bolso.
Luana Máximo, do Colégio Tiradentes, também se queixa do preço da passagem.
- Faço pré-vestibular, uso o ônibus todo o dia e valor da passagem é um absurdo se comparado a precariedade do serviço oferecido. A população precisa sair da inércia - disse.
Estudante de engenharia civil da UFMG, Eduardo Abreu, 22 anos, critica os excessivos gastos com os estádios da Copa do Mundo.
- O Mineirão, por exemplo, falam ter custado R$ 700 milhões. Mas não temos obras de mobilidade urbana. Cadê o metrô, os ônibus de qualidade, os trens, o táxi mais barato? - questiona.
À tarde, manifestantes fecharam uma das vias da Praça da Liberdade, onde fica a antiga sede do governo do estado. Depois de fecharem duas vias da Rua Cristóvão Colombo, na região da Savassi, fazendo com que o trânsito precisasse ser desviado para a Rua Getúlio Vargas, os manifestantes prosseguiram em direção à praça, descumprindo liminar da Justiça. Por volta de 14h35m, os manifestantes já marchavam para o Centro da capital mineira.
Manifestantes fecharam ainda a Praça Sete e foram para a Praça da Estação. No local, pessoas assistiam o jogo do Brasil em telões. Vaias foram destinadas ao evento.
Logo em seguida, os manifestantes deixaram a Praça da Estação e foram até a rodoviária. Um viaduto que dá acesso ao Centro foi fechado. Durante o percurso, a principal via da cidade, a Avenida Afonso Pena, também foi temporariamente fechada. O movimento promete mais protestos para a segunda-feira.
Um dos porta-vozes do movimento diz que não há liderança no ato, que se trata de um movimento de estudantes. Logo, diz ele, a liminar não se aplica à manifestação. Dela, participam grupos como o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa e o Fora Lacerda (em referência ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda). Há ainda integrantes de PSTU, PSOL e estudantes, em geral.
Segundo os manifestantes, as insatisfações se dão pela reajuste da tarifa do ônibus, que hoje custa R$ 2,80 (no fim do ano passado, o valor era R$ 2,65). Os manifestantes querem o retorno ao valor anterior e alegam que já há previsão de aumento, em acordo estabelecido entre empresários e prefeitura, para o fim do ano. Eles também protestam contra os altos investimentos para a Copa do Mundo, em estádios e obras, em detrimento de saúde e educação.
- Cansei de ficar em casa sem fazer nada. A questão do ônibus é um ponto, é apenas o lema. Os governantes precisam olhar e melhorar saúde e educação - afirma o estudante Luiz Gustavo, de 17 anos.
16 de junho de 2013
Ezequiel Fagundes
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