"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 16 de junho de 2013

DILMA E ALCKMIN LIDERAM AS PESQUISAS DO DATAFOLHA EM SÃO PAULO



A Folha de São Paulo publicou reportagem sobre a pesquisa que o Datafolha concluiu recentemente sobre a posição dos principais possíveis candidatos ao governo paulista. O governador Geraldo Alckmim, que disputa a reeleição, lidera por ampla margem, hora registrando 53% das intenções de voto, hora 50 pontos. Praticamente na mesma faixa percentual em que seu governo recebe aprovação popular, mais no interior do que na capital. Para a Folha de São Paulo, a explicação é a violência que vem ocorrendo de forma ameaçadora na cidade.
 
A pesquisa revelou uma surpresa: a boa colocação do presidente da Federação das Indústrias, Paulo Skaf, que se inscreveu no PMDB a convite do vice-presidente da República, Michel Temer, para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Ele oscila entre 15 a 16%, é o segundo colocado, à frente do senador Aloiz io Mercadante, que registra 11 pontos e do ex-prefeito Gilberto Kassab, que tem entre 8 e 9%. O ministro Alexandre Padilha, do PT da mesma forma que Mercadante, está com 3%.
 
MARTA DE FORA

 O Datafolha não colocou a senadora Marta Suplicy entre as candidaturas prováveis ou possíveis. Foi uma pena. Porque com a inclusão da atual ministra da Cultura, estaria praticamente completo o leque de opções do PT. Isso porque o nome do senador Eduardo Suplicy sofre restrições dentro da própria legenda. O levantamento, entretanto, apresenta um dado curioso capaz de dar margem a uma análise interessante. A aprovação favorável de Geraldo Alckmim se dá inclusive entre os que, em São Paulo, aprovam o governo Dilma Rousseff no plano federal. Assinala a Folha de São Paulo que o índice favorável à administração estadual está registrada inclusive entre os 60% dos paulistas que aprovam o governo Dilma Rousseff.
 
O Datafolha não cruzou as superposições de voto entre Dilma, no plano federal, e Alckmim na área estadual. Mas pela aprovação conjunta de ambos, os fatos levam a uma convergência nãopartidária. O fenômeno abala um pouco pelo menos a tese do palanque comum nos estados entre os candidatos do PT e do PMDB, a combinação mais forte que, ao lado do PSB, compões a base aliada no universo parlamentar, portanto no Congresso Nacional. Mais uma vez, acentua-se a tendência de que a maior parte do eleitorado vota mais no candidato do que no partido. Não que o partido não tenha importância. Tem. A começar pela distribuição do tempo de propaganda política na televisão e no rádio. Porém é relativa, não se constitui em fator absoluto.
 
Tanto assim que, em São Paulo, o empresário Paulo Skaf, que nunca foi lançado candidato, ocupa o segundo lugar na pesquisa do Datafolha para o governo de São Paulo. Possivelmente vai concorrer pelo PMDB e, até o momento, ninguém do PT levantou qualquer restrição à agremiação aliada por essa disposição, por essa tendência, assumida é lógico por boa parte dos candidatos do partido à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. Pois, presumem, Paulo Skaf significa a aplicação de fortes recursos financeiros na campanha política de 2014, de modo geral. Podem estar enganados, o futuro dirá, mas que o pensamento leva à suposição tem lá sua lógica. Paulo Skaf quer disputar o pleito, de fato. A pesquisa do Datafolha deve tê-lo entusiasmado. Afinal 15 e 16 pontos não é fácil conseguir de saída.

A pesquisa apresenta a hipótese (apenas hipótese) de Lula vir a ser candidato a governador. Neste caso, a margem de Alckmim cai dez pontos. Ficaria com 42, Lula 26. Não que Alckmim seja mais forte nas urnas, mas porque todos sabem que Lula não disputará o governo estadual.

16 de junho de 2013
Pedro do Coutto

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