"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 7 de julho de 2013

O "PASSE LIVRE" DO ESTADO E A DESTRUIÇÃO DAS LIBERDADES

O "passe livre" do Estado e a destruição das liberdades
Observa-se idolatria vergonhosa e parasitária que uma parte significativa do povo brasileiro tem pelo governo. Reclamam da classe política, mas querem conceder ainda mais poderes a ela. Reclamam da corrupção, mas querem expandir o Estado.

O "Movimento Passe Livre", grupelho esquerdista responsável pelos primeiros protestos de rua ocorridos na cidade de São Paulo e cujas reivindicações se espalharam pelo país inteiro, é um dos mais estúpidos, vergonhosos e cretinos que jamais surgiram em nossa decrépita república.


A idéia tosca da "gratuidade" dos serviços públicos, longe de ser um projeto político sério, é uma demagógica mentira repetida ad nauseam pela classe política, ávida por ganhar votos fáceis. Não há lanche gratuito, já lembrava o economista Milton Friedman. Não há passagens de ônibus "gratuitas". O povo, de alguma forma, vai pagar. Ou será que alguém é tão idiota de crer que as pessoas vão trabalhar de graça para nós?

É típico da mitomania socialista pregar irresponsavelmente os "direitos" ditos "sociais" sem os devidos preços da brincadeira. Também pudera. Em país socialista, os serviços são "gratuitos", graças ao trabalho compulsório imposto pelo Estado.
Se alguém pensar basicamente o que significa "gratuidade" de qualquer coisa, isso se chama literalmente escravidão.

Alguém irá pagar, seja qual for o serviço, seja com trabalho ou com dinheiro. Não é exagerado afirmar que a carga tributária de nosso país já reduziu uma boa parte da população a meros servos. Um cidadão brasileiro médio é roubado em até cinco meses de seu ganha-pão para sustentar o governo. Só não vê quem não quer. Só falta o Estado engolir de vez o que ainda resta de sociedade civil, para que a tirania governamental seja plena. 

Mas o que propôs a chuva de protestos imbecis no Brasil? Que os serviços, antes diretos, tenham intermediários, atravessadores, políticos, burocratas: classes de gente inútil e parasitária.
Ou seja, o brasileiro médio não quer pagar diretamente pelo que recebe.
Quer que alguém o roube à força, através dos impostos e, ainda, imponha um serviço à revelia de seus desejos e escolhas.

Essa é a proposta do famigerado "passe livre" pregado pelos manifestantes: você não paga diretamente pelos serviços, nem os escolhe.
O Estado paga e determina para você, com o seu, o meu, o nosso dinheiro. E isso porque os ativistas falam de "direitos"! A gritaria ranzinza e vazia virou fonte de direitos! Ainda que cada cidadão perca, cada vez mais, o direito aos seus próprios bens. 

Quem pagará a conta pelo tal "passe livre"? O povo, naturalmente. Mais dinheiro será tirado dele, através de impostos, porque este não quer pagar diretamente pelos seus gastos pessoais. Claro, o povo pede para ser roubado e implora nas ruas!


Obviamente, o “contribuinte” vai pagar por essa palhaçada. E muitos políticos vão vender a mentirinha boba de que estão garantindo tarifas zero para a população, quando na prática, o cidadão comum, esse idiota, vai pagar do mesmo jeito e ainda mais caro.
Com a diferença de que não terá nenhum controle sobre seu dinheiro. A turminha farsante do "passe livre" vende a idéia da "gratuidade" ao se pagar mais impostos? Que ridículo!

Se não bastassem os delírios dos "serviços gratuitos", que invocam a estatização, a burocratização da economia e o aumento de impostos, é patético ver a população exigir melhorias na educação pública, enquanto a grande maioria mal lê um livro por ano.
A lógica é curiosa: se o Estado não "educar" o cidadão, ele não buscará se instruir, não lerá um livro sequer.

Não passa pela cabeça desse povinho de passeata algo como a livre iniciativa, como a busca consciente do conhecimento. Tudo esperam e tudo querem do Estado-babá. Tão ignorantes, tão estúpidos, que esperam do Estado até o livro que devem ler.
A geração juvenil das ruas é o povo da leitura do cursinho pré-vestibular. Só lêem os livros ditados pelo MEC.
E isso quando lêem de verdade. Como agora o Ministério da Educação resolveu acabar de vez com o vestibular, é provável que não leiam mais nada. E as criancinhas mimadas, tal como as ovelhinhas, berrarão sobre "melhorias da educação", sem sequer especificar que tipo de educação querem.

Li no Facebook a opinião de uma menininha de classe média entediada, do "Passe livre" daqui da minha cidade, Belém do Pará. Cabe um parêntesis: o povo mesmo, o “autêntico”, não esteve nas ruas. Continuou pegando ônibus todo dia, trabalhando, tocando sua vida.  
Nas ruas estão os filhos mimados adolescentes da classe média quase falida, exigindo que o Estado empobreça mais ainda seus pais com mais carga tributária.
A jovenzinha indignada dizia que usava os serviços privados, porque os serviços públicos não prestavam.

Ou seja, para ela, o normal é que o Estado produza tudo e a iniciativa seja sempre considerada algo parasitário e marginal; o Estado não age subsidiariamente em benefício da sociedade, mas é a sua realidade econômica e civil mais autêntica; a iniciativa privada, formada por milhões de pessoas comuns que produzem riquezas, apenas são um mero e irrelevante apêndice deste grande sistema.

Traduzindo: se o cidadão procura serviços privados na compra do pão na padaria ou no supermercado ou procura roupas, artigos de casa ou faz academia de ginástica, isso é apenas marginal, porque seria função do Estado é abarcar tudo isso. Como não existe o Estado para estes serviços, a pobrezinha entediada se acha obrigada a pagar para a iniciativa privada! 

A realidade não diz exatamente o contrário? Desde quando o Estado é o real produtor das riquezas, para se crer que sempre vivemos em função dele? Esclarecendo sobre a mentalidade desta imbecil: o ideal de economia defendido por ela é o monopolista, centralista, totalitário, no qual um burocrata, um político, um técnico, um qualquer ser educado nas "políticas públicas" da vida, determinam, para nós, à nossa revelia, o que é bom para nós. Na cabeça destes mentecaptos, a iniciativa privada é má, porque oferece melhores serviços do que o Estado. Logo, a solução seria estatizar para piorar tudo. 

Contudo, a mocinha da classe média do Facebook insiste em sonhar com o Estado "bonzinho", provedor, acolhedor de todas as nossas necessidades econômicas e emocionais. É o mesmo que sonhar com o governador bonzinho, o burocrata bonzinho, o presidente bonzinho, todos eles voluntaristas, não maculados pelo pecado original, para prestarem serviços melhores do que a iniciativa privada.
Entretanto, mesmo que fossem as melhores pessoas do mundo, os serviços seriam ruins do mesmo jeito. E por quê? Pela simples razão de que o monopólio tolhe a eficiência, tira o poder de qualquer pessoa de aperfeiçoar os serviços dados à sociedade. Em outras palavras, rouba da sociedade o poder de aperfeiçoar a si mesma. Rouba a liberdade de criar e produzir. 

O padrão de serviços determinado pelo Estado não é capaz de dar qualidade, pois não há competitividade nesta qualificação, não há escolha dos consumidores, não há liberdade de se criar algo melhor.
O Estado dita, autocraticamente, de cima para baixo, o que, como e quando conceder algo aos cidadãos. 

Em suma, é a livre concorrência que aperfeiçoa os serviços. É a escolha dos consumidores que determina a necessidade da produção de algum tipo de riqueza útil. Mesmo que os políticos fossem as criaturas mais boazinhas do mundo, nem a melhor pessoa do mundo merece tanto poder.
A corrupção moral já está explícita em dar muito poder a um homem, a um punhado de homens e, ao mesmo, tempo, tirar da sociedade inteira uma liberdade de iniciativa, que é direito de cada indivíduo. Ou seja: a concentração de poder estatal é intrinsecamente perversa. É bastante duvidoso que haja homens bons em torno dessa idéia. Em geral, quem a prega ou é patife ou é muito estúpido. 

Expõe-se aqui a idéia irreal, falaciosa e mentirosa do "Passe Livre". Ela significa basicamente uma inversão de valores e da própria realidade. Quase todos querem mamatas estatais, mas não querem produzir as riquezas. Querem até passar ao Estado a produção de riquezas, ignorando que o Estado vive da riqueza alheia, não produz nada. 

Observa-se idolatria vergonhosa e parasitária que uma parte significativa do povo brasileiro tem pelo governo. Reclamam da classe política, mas querem conceder ainda mais poderes a ela. Reclamam da corrupção, mas querem expandir o Estado, para torná-lo mais burocrático e corrupto do que é. Reclamam dos péssimos serviços públicos, porém, hostilizam a livre empresa, que gera melhores serviços para a sociedade. Poucos querem tocar realmente uma empresa. A maior parte "sonha" em ser funcionário público, em ser aposentado por antecipação. Tal é o estado de demência da nação. 
 
A psicologia dos protestos de rua no Brasil apresenta é um caminho declarado para a mais completa servidão. É o "passe livre" do Estado para o mais completo despotismo.

07 de julho de 2013
Leonardo Bruno

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