"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

CÂMARA APROVA PROJETO QUE DESTINA ROYALTIES PARA EDUCAÇÃO E SAÚDE

 
Em acordo com a base aliada, governo conseguiu retirar artigo que alterava contratos já realizados
 

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em plenário depois que a câmara aprovou projeto que destina os royalties do petróleo para educação e saúde
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo 
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em plenário depois que a câmara aprovou projeto que destina os royalties do petróleo para educação e saúde Givaldo Barbosa / Agência O Globo
 
A Câmara aprovou nesta quarta-feira, simbolicamente e sem discussão, o projeto que destina os royalties do petróleo para educação e saúde. A votação foi muito rápida, em cumprimento ao acordo fechado entre o governo e os líderes aliados, e que depois teve a concordância de líderes da oposição. Pelo acordo, o governo cedeu e aceitou aprovar a fórmula adotada pela Câmara para destinar 50% do capital do Fundo Social para educação e saúde.
 
O governo queria que apenas os juros do Fundo Social fossem utilizados. Mas a Câmara concordou com o pedido do governo e retirou do texto o artigo sexto do projeto, que estabelecia a exigência de que pelo menos 60% do excedente em óleo do campo a ser explorado iria para a União. O texto vai agora à sanção presidencial.
 
 
— Fizemos a proposta e o acordo foi aprovado por unanimidade dos líderes da base. A proposta da Câmara garante mais recursos no curto prazo e do Senado no médio e longo prazo. Nos próximos quatro anos, no entanto, não há diferença entre as duas propostas. Vamos usar esse prazo para discutir uma fórmula mais equilibrada e temos o compromissos dos líderes —afirmou Chinaglia, acrescentando:
 
— Somos contra o uso dos ativos do Fundo, mas estamos ajustando porque a presidente Dilma foi quem levantou a proposta de 100% dos royalties para Educação. Todas as hipóteses foram analisadas, a palavra final é da Câmara. Politicamente é mais adequado o caminho que facilita o trâmite.
 
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse, antes da votação, que era possível combinar as propostas da Câmara e do Senado e garantir um melhor aporte de recursos para a Educação. Para ele, o mais importante foi a decisão de suprimir o artigo sexto do projeto, que alterava regras de licitações já realizadas:
 
— Temos que respeitar as regras —disse Mercadante.
 
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) participou da reunião da base aliada e saudou o acordo. Ele também se reuniu os líderes da oposição e ficou acertado que a proposta seria votada hoje.
 
Na semana passada, o Planalto conseguiu adiar a votação com a interpretação que havia caído a urgência constitucional do projeto, ou seja, que a votação não passaria à frente de outras propostas. O governo só não foi derrotado porque o PMDB usou de manobras regimentais. Curiosamente, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), foi que manteve a defesa do governo, enquanto a maior parte do PT votou a favor do parecer de André Figueredo.

14 de agosto de 2013
Isabel Braga e Cristiane Jungblut - O Globo

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