Diante de militantes do PT, o ex-presidente Lula afirmou nesta terça-feira (13) que o PT não precisa de formadores de opinião "ditando regra" ao partido nem de "lições" de outras pessoas.
Lula, que discursou nesta terça por 23 minutos no lançamento da campanha de Rui Falcão, candidato à presidência do PT, disse não poder ver "um microfone que dá saudade".
"Nós petistas conquistamos o direito de andar de cabeça erguida nesse país, de ter orgulho da nossa camisa vermelha, da nossa estrela. E quando alguém nosso errar, nós mesmos punimos. Nós não precisamos que os outros venham dar lições na gente. Não precisamos que formadores de opinião pública fique ditando regra daquilo que a gente sabe fazer e muito bem", disse o ex-presidente.
Lula não citou o mensalão tampouco apontou que tipo de erro o PT cometeu. Se lembrou, contudo, que em 1990 desistiu de ser deputado porque o partido começou a valorizar apenas quem tinha mandato.
"Deixei de ser deputado para mostrar que, se a gente quer ter importância no partido, não precisa de cabo, mas de vontade de trabalhar. Nós precisamos dizer para a nova direção do PT: mais pé na estrada e menos bunda na cadeira", disse.
Sergio Lima/Folhapress | ||
Ex-presidente Lula participa do lançamento em Brasília da campanha de Rui Falcão à presidência do PT |
MANIFESTAÇÕES
Nesta terça, Lula encorajou o debate com o povo e desafiou os militantes a encorajar quem reclama dos políticos a entrarem para a política, a se candidatarem. Não escondeu também a raiva dos políticos que não reagem às críticas.
"Quando cidadão diz que não gosta de política, ninguém presta, todo mundo é ladrão, pergunta em que ele votou na última eleição. E se ele continuar falando que não gosta de política, que não acredita, que a imprensa passa 24 horas por dia esculhambando com político... Eu fico puto quando político não reage.
Para o ex-presidente, essa é uma forma de provocar os jovens que foram às ruas reclamar que ninguém lhes representa: "Eles ficam xingando a classe política, dizendo que não gosta de político, mandem eles entrar. Manda criar um partido político, se candidatar. Porque um político decente, honesto, combativo está nele, não em mim. Manda ele entrar na política. É fazendo esse desafio que a gente vai provocar essa juventude a fazer política. Não é aceitando que eles estão certos pura e simplesmente não".
Lula, contudo, ponderou que os protestos que tomaram conta das ruas em junho não atacou o PT. "Qual é a placa que o povo levantou na rua ofensiva a nós? Qual a placa que ele levantou que nós já não levantamos algum dia? Só faltou a placa do Fora FMI!".
Durante o discurso, Lula afirmou ainda que o PT não pode ter medo. "Não temos medo de disputar com nenhum partido em lugar nenhum do país. Podemos não ter feito tudo, mas que fizemos mais que todos eles juntos, fizemos".
14 de agosto de 2013
FERNANDA ODILLA - UOL
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