O Hamas finalmente admitiu que são os egípcios, e não Israel, que transformaram a Faixa de Gaza em uma "grande prisão".
Ghazi Hamad, um oficial sênior do ministério do Exterior controlado pelo Hamas, foi citado esta semana [1] como tendo dito que a Faixa de Gaza se transformou em uma "grande prisão em conseqüência do contínuo fechamento da fronteira de Rafah pelas autoridades egípcias, desde o dia 30 de junho".
Hamad disse que, desde então, o número de viajantes palestinos no terminal de Rafah caiu de 1.200 para 200 por dia.
Mas esta não é uma história que tenha encontrado seu caminho até às páginas dos mais importantes jornais no Ocidente, porque nela de Israel não está "implicado" de modo nenhum.
Para piorar as coisas, as autoridades egípcias anunciaram que o terminal de Rafah seria fechado totalmente durante os quatro dias da festa muçulmana de Eid al-Fitr, que começou no dia 8 de agosto.
Até recentemente, a acusação de que a Faixa de Gaza tinha se transformado em uma "grande prisão" vinha sendo feita somente contra Israel, captando a atenção da grande mídia e das organizações dos direitos humanos em todo o mundo.
Mas agora que a acusação está sendo feita contra o Egito, a maioria dos jornalistas internacionais, das organizações dos direitos humanos e mesmo os grupos "pró-Palestina", especialmente nos campi universitários nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, escolheram fazer vistas grossas.
Residentes da Faixa de Gaza estão questionando nestes dias: onde estão todas as missões estrangeiras de solidariedade que costumavam visitar a Faixa de Gaza para demonstrar apoio ao Hamas e à população palestina? Onde estão todos da imprensa, os grupos de direitos humanos, os ativistas?
Em julho, apenas duas delegações estrangeiras visitaram a Faixa de Gaza. Em contraste com isso, entre janeiro e junho deste ano, cerca de 180 delegações entraram na Faixa de Gaza.
Os ativistas "pró-Palestina" dizem que não conseguem entrar na Faixa de Gaza por causa das medidas estritas de segurança e das restrições de viagem impostas pelas autoridades egípcias.
Mas, por que esses ativistas não organizam outra flotilha com um comboio de socorro para a Faixa de Gaza com a finalidade de quebrar o bloqueio dos egípcios?
Por que o ativistas "pró-Palestina" não foram enviados para o lado egípcio do cruzamento da fronteira de Rafah para expressarem solidariedade aos residentes da "grande prisão"?
A resposta é óbvia: Primeiro, o objetivo principal dos ativistas é condenar Israel e fazer dele o único responsável pelas misérias dos palestinos.
Os ativistas não se importam com o sofrimento dos palestinos tanto quanto estão interessados em fazer avançar seu esquema anti-Israel. Eles dedicam a maior parte de suas energias e esforços para fazer incitações contra Israel e raramente têm algo de bom a oferecer aos palestinos.
Segundo, os ativistas "pró-Palestina" sabem que seria uma tolice da parte deles se meterem com o exército e as forças de segurança egípcios. Da última vez que estrangeiros tentaram fazer uma manifestação em protesto pacífico do lado egípcio do terminal de Rafah, as autoridades egípcias não hesitaram em atacá-los e deportar muitos deles do país.
Semelhantemente, há um problema quanto à maneira com que a mídia internacional está tratando a atual crise na Faixa de Gaza.
Embora as autoridades egípcias estejam apertando o bloqueio na Faixa de Gaza, dezenas de caminhões carregados de mercadorias e materiais de construção continuam a entrar na área através do Terminal Erez, vindos de Israel.
Somente esta semana, mais de 500 cargas de caminhões contendo uma variedade de mercadorias e 86 toneladas de gás de cozinha foram entregues aos residentes da Faixa de Gaza, todos através do Terminal Erez.
Na última semana de julho, 1.378 caminhões carregados com 37.306 toneladas de mercadorias entraram na Faixa de Gaza, [2] vindos de Israel, e um total de 2.203 pessoas atravessaram o Terminal Erez.
Desde o começo do ano, aproximadamente 34.000 caminhões carregados com mais de 950.000 toneladas de mercadorias entraram na Faixa de Gaza através de Israel.
Os egípcios, como a maior parte do árabes, não se importam com os palestinos. Eles querem que os palestinos sejam o problema de Israel e que continuem dependendo de donativos dos países ocidentais.
Os árabes não se importam se os residentes da Faixa de Gaza morrerem de fome, contanto que Israel seja acusado como culpado.
Portanto, por que algum país árabe deveria se importar se a comunidade internacional e a mídia continuam a adotar uma atitude de avestruz em relação à responsabilidade do Egito pelo agravamento da crise humanitária e econômica na Faixa de Gaza?
14 de agosto de 2013
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