"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ENGOLINDO SAPOS EM POSIÇÃO DE SENTIDO

A ditadura militar terminou em 1985. Daqui a menos de  dois anos se completarão trinta,  desde que o general João Figueiredo deixou a presidência da República.

Pelo jeito, nem o governo do PT nem a presidente Dilma  perceberam  esse hiato no tempo. Continuam se comportando como se os militares ainda fossem o inimigo a exigir combate permanente e represálias sem conta. Esquecem que os generais de hoje nem eram tenentes, em 1964, e que boa parte da oficialidade nem tinha nascido.
 
Não há outra explicação para mais um corte no orçamento das forças armadas, agora de 4 bilhões, porque em maio foram 3,7 bilhões. Certas economias não se justificam. É inconcebível  que se abra mão do mínimo indispensável à defesa nacional. Não estamos em guerra com ninguém, tomara que essa situação se prolongue pela eternidade, mas garantir, ninguém garante.
 
Acresce serem os militares, pela Constituição, os guardiões da lei e da ordem. Sem recursos, sucateados,  com equipamento obsoleto, Exército, Marinha e Aeronáutica chegaram ao limite de imaginar a suspensão de suas atividades nas sextas-feiras, porque nos quartéis, nos navios e nas bases aéreas não há dinheiro para o almoço de  soldados, marinheiros e aviadores.
 
O país vive dificuldades econômicas e financeiras. É preciso apertar o cinto, faltam recursos para educação, saúde, transportes e muita coisa a mais. Menos para os bancos, que num único semestre lucram três ou quatro bilhões, dos grandes estabelecimentos  privados aos públicos. 
 
As forças armadas estão engolindo sapos em posição de sentido, não estrilam, fora alguns radicais postos em sossego na aposentadoria, cultores de um passado que o Brasil fez escoar pelo ralo. 
O perigo é que eles  possam contaminar os companheiros do serviço ativo.
 
DEPOIS VIRÃO AS MANIFESTAÇÕES ELEITORAIS
 
Viraram de cabeça para baixo os cálculos  e as esperanças de mais da metade dos candidatos que disputarão as eleições do ano que vem. Poucos duvidam de que a renovação no Congresso será bem superior a 50%.
Nas Assembléias, a mesma coisa. Pior fica para os aspirantes a governador, sem falar nos que vão concorrer à reeleição. Até para o segundo mandato da presidente Dilma as projeções entraram em cone de sombra.
 
As multidões que ganharam e ainda ganham as ruas, noves fora os baderneiros, vão adquirindo consciência de sua força também, na hora de votar. Muitas surpresas podem ser previstas, até em termos  partidários. Bem feito.
 
QUEM QUER PREJUDICAR JOAQUIM BARBOSA?
 
De uns dias para cá, estranhamente depois que seu nome começou a aparecer nas pesquisas, o ministro Joaquim Barbosa vem sendo surpreendido por maliciosas notinhas nos jornais. Lê-se, entre outras,  que ele recebeu uma bolada de 500 mil reais de atrasados e que comprou um apartamento em Miami.
 
Sem a emissão de juízos de valor a respeito dessas publicações, valeria o presidente do Supremo Tribunal Federal investigar para saber de onde partem as farpas lançadas sobre ele. Pode ser lá de dentro mesmo,  ou seja, da mais alta corte nacional de justiça.
Pode ser, também, de possíveis concorrentes a um cargo que ele até agora  nega disputar.
Quem sabe de partidos políticos temerosos de sua má vontade para com eles? De mensaleiros condenados à prisão? 
A verdade é que de algum lugar estão partindo essas notinhas.

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