A implosão do projeto de fusão entre o PPS e o PMN, que abriria uma janela de migração partidária e era a principal alternativa de José Serra para disputar a Presidência em 2014, reacendeu em setores do PSDB o debate sobre a realização de prévias para definir o nome da legenda que estará na urna eletrônica.
A candidatura do senador mineiro Aécio Neves, tratada como fato consumado até as manifestações de junho, deixou de ser unanimidade. O cenário de prévias tem sido cogitado reservadamente por tucanos de São Paulo, Estado que registra o principal foco de resistência ao projeto de Aécio. Atento a esse movimento, o mineiro vai concentrar sua agenda em São Paulo a partir de agosto.
O tema das prévias ganha força e será tratado pela primeira vez oficialmente na próxima terça-feira, em Brasília, quando ocorrerá uma reunião da Executiva Nacional para definir a agenda do partido em 2013 e 2014. O presidente estadual do PSDB, Duarte Nogueira, se reunirá nos próximos dias com José Serra para tratar do assunto.
POLÊMICA
“Se houver mais de dois candidatos do PSDB à Presidência, haverá prévias, mas acho essa hipótese remota”, disse o deputado federal Sérgio Guerra. Ex-presidente do partido, ele faz parte da executiva nacional da legenda.
“Se tivermos mais de um pré-candidato à Presidência, existirão dois caminhos: esperar a convenção de junho de 2014 ou fazer prévias e antecipar, o que seria mais conveniente”, afirma o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB e ligado a Serra.
“Sou a favor de qualquer consulta de base. Sou contra decisões tomadas pela cúpula. Prévia é saudável porque o partido está morrendo”, diz o deputado estadual Pedro Tobias, ex-presidente do PSDB paulista.
Goldman pondera, porém, que a disputa interna para definição do candidato não significaria um racha dentro do partido. “Isso mostraria que o PSDB está sintonizado com a voz das ruas e sabe escutar a base”, disse.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – José Serra não aceita a candidatura de Aécio, que não o apoiou em 2010. Agora, está dando o troco. Sem apoio de Serra e dos tucanos a ele ligados, a situação de Aécio Neves se complica muito. E Serra tem de se decidir até 4 de outubro deste ano, prazo fatal para trocar de partido. Só faltam dois meses. (C.N.)
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