Escrevi, ontem, que o governo Dilma estava perdidinho desde que começou a despencar nas pesquisas de avaliação.
E citei uma série de propostas dele que simplesmente não vingaram - reforma política, Constituinte exclusiva para fazer a reforma, plebiscito para aprovar a reforma, dois anos a mais para que aspirantes a médico pudessem se graduar.O governo recuou em todas. Ou quase todas.
O mais recente exemplo do estado de confusão em que vive o governo: o ministério da Saúde baixou, ontem, portaria com novas regras para o tratamento e cirurgia de pessoas interessadas em mudar de sexo.
Estava até prevista uma entrevista do ministro onde ele responderia a perguntas sobre a portaria.
Dilma mandou suspendê-la duas horas depois de ela ter sido publicada.
Por que?
Ora, porque foi pressionada pelas igrejas Católica e evangélicas a proceder assim.
Na portaria estava previsto que o tratamento com hormônios poderia ser iniciado aos 16 anos se autorizado pelos pais ou responsável legal do transexual. A cirurgia de troca de sexo poderia ser feita aos 18 anos.. Hoje, somente aos 21 anos pode ser feita.
É mais do que razoável imaginar que o ministério tenha estudado o assunto a fundo antes de soltar a portaria. E que a presidente estivesse ciente de tudo. Afinal, este é um governo onde não se dá um passo sem que a presidente o autorize com antecedência.
Em menos de uma semana, é a segunda vez que o ministro Padilha, da Saúde, leva uma rasteira. Levou no caso dos dois anos a mais para que os médicos se graduassem. E agora no da portaria de vida mais curta da historia recente do governo.
01 de agosto de 2013
Ricardo Noblat
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