Artigos - Globalismo
Legisladores europeus estão enfrentando um dilema depois de uma pesquisa sobre discriminação e violência contra homossexuais na Europa.
A pesquisa está sendo louvada como o “maior e mais abrangente estudo já realizado” sobre discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero. Aproximadamente 93 mil respostas vieram supostamente de indivíduos que se identificaram como LGBT. Especialistas dizem que a pesquisa não só tem significativas falhas metodológicas, mas também não mostra um problema de qualquer magnitude.
O Gallup conduziu a pesquisa em favor do órgão da União Europeia que coleta e analisa dados sobre direitos fundamentais na Europa. Está sendo apresentada aos legisladores como evidência de discriminação e violência generalizada contra indivíduos que se identificam como lésbicos, gays, bissexuais ou transgêneros (LGBT).
Ativistas homossexuais afirmam que a violência e discriminação contra homossexuais é uma epidemia de proporções imensas no mundo inteiro. Essas alegações são muitas vezes criticadas por falta de dados. A pesquisa da União Europeia é uma tentativa de preencher essa lacuna.
Mas a pesquisa não dá aos legisladores europeus um curso claro de ação.
O Gallup completou a pesquisa online em colaboração com a filial europeia de uma organização homossexual polêmica financiada pela União Europeia, a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA-Europa). Indivíduos que se identificaram como LGBT participaram da pesquisa, e o tempo médio para completar a pesquisa foi trinta minutos, significando que apenas indivíduos selecionados e comprometidos responderiam.
Die Presse, o jornal mais importante da Áustria, comentou as falhas fatais de postar uma pesquisa na internet e confiar em grupos de militância gay para obter respostas. É teoricamente “possível que todos os questionários tenham sido preenchidos por um único ativista com um programa de computador de alta capacidade,” explica o artigo.
O relatório do Gallup da pesquisa declara: “não é possível confirmar até que ponto a amostra obtida na pesquisa [da Agência de Direitos Fundamentais] corresponde às verdadeiras características da população LGBT.”
Pondo de lado as questões envolvendo a metodologia e possível tendenciosidade, os resultados da pesquisa não pintam um quadro de discriminação desenfreada na Europa para requerer ações urgentes por parte dos legisladores.
Um especialista legal aponta para o fato de que, colocada em contexto, não parece que a violência contra indivíduos LGBT seja generalizada, até mesmo presumindo que essas agressões tenham ocorrido no calendário do ano passado. De cada quadro entrevistados na pesquisa, um (totalizando 23 mil) relatou ter sido agredido por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Examinando a parte da Alemanha das agressões relatadas, J.C. von Krempach conclui que apenas 3.680 dos 570 mil crimes violentos relatados foram motivados por preconceito contra indivíduos LGBT.
A pesquisa também não ajuda os legisladores da UE porque não identifica um problema com uma solução concreta. Uma ampla maioria dos países europeus têm leis que oferecem proteções especiais para indivíduos que se identificam como LGBT, e ou reconhecem uniões civis entre indivíduos do mesmo sexo ou lhes permitem casar.
Apesar dessas proteções, a pesquisa revela que muitos dos indivíduos que responderam sentem que estão sofrendo discriminação, com mais da metade de todos os entrevistados dizendo que temiam se identificar publicamente como LGBT na escola ou no trabalho.
Os resultados da pesquisa foram apresentados em Haia em 17 de maio, o Dia Internacional contra "Homofobia" e "Transfobia", numa conferência patrocinada pelo governo da Holanda.
03 de agosto de 2013
Stefano Gennarini
Fonte: C-Fam
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