O PT escolheu o caminho do qual nunca afastou, a não ser para fingir ser democrata. O caminho escolhido é a volta aos braços do Movimento dos Sem Terra, do Movimentos dos Assentados de Barragens, do Movimento do Passe Livre, da Via Campesina, do Conselho Indigenista Missionário, de todos estes coletivos socialistas, muitos deles foras da lei e que atacam direitos como a propriedade privada, o lucro, a liberdade de imprensa.
Ontem Lula esteve no Foro de São Paulo, que reúne toda a esquerda latino-americana e reafirmou esta guinada contra a democracia e, não duvidem, contra o Estado de Direito.
Chegou a hora dos partidos, como um todo, fazerem oposição ao PT e esmagar a cabeça desta praga que assola o país desde 2002.
Eles vão fazer de tudo para ficar no poder. É hora de expulsar a escória mensaleira, corrupta e antidemocrática da Presidência.
Leiam, abaixo, a linha que o PT vai adotar em 2014. Leiam com atenção a matéria do Estadão.
Favorito na disputa interna pela presidência do PT, o deputado estadual paulista Rui Falcão começará sua campanha reeleitoral entre os militantes no próximo dia 13 levantando antigas bandeiras da esquerda, fazendo autocrítica sobre a burocratização da legenda nos últimos dez anos e defendendo mobilizações de rua pela "democratização" da mídia.
"O PT não pode ser apenas uma máquina eleitoral que se mobiliza a cada dois anos. Deve ser um partido militante, de atuação cotidiana (...) Cabe ao PT organizar, a exemplo do que está fazendo com a reforma política, mobilizações e campanhas massivas, em todo o País, em torno de questões cruciais da vida brasileira, como, por exemplo, a democratização das comunicações", diz o texto, que foi submetido à aprovação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal cabo eleitoral de Falcão.
O manifesto foi escrito pelo ex-secretário geral da Presidência, Luiz Dulci, atual presidente Instituto Lula e coordenador da campanha do petista. O manifesto, que representa as ideias do grupo majoritário do PT, resgata temas recorrentes no partido na época de sua fundação no início dos anos 80. Fala em reforma agrária, integração da América Latina, compromisso com igualdade de gênero e orientação sexual e com "causas libertárias".
Tratado internamente como a linha mestra do partido nas campanhas de 2014, o manifesto explicita críticas já feitas internamente por Lula, especialmente após os protestos que se espalharam pelo País em junho.
Além da rubrica do ex-presidente, que deve ser a primeira, o documento será assinado por personalidades do partido e quadros políticos das três principais correntes internas do PT: Construindo um Novo Brasil, Novos Rumos e PT de Luta e Massas. Juntas, formam a chapa O Brasil quer mais e melhor. Esse grupo é herdeiro da antiga Articulação, tendência majoritária desde a fundação da sigla.
Voz das ruas. A presidente Dilma Rousseff integra o grupo, mas não deve assinar o documento. O texto mostra preocupação com as manifestações de junho e seu impacto na eleição do ano que vem. "É indispensável estreitar ainda mais os laços do partido com os movimentos sociais, seja apontando as suas lutas, seja promovendo campanhas conjuntas em defesa de causas comuns", diz o texto.
O manifesto fala, ainda, em buscar uma "profunda sintonia" com as grandes organizações e movimentos populares, "mas também com as novas redes de ação social". Em algumas manifestações de junho, petistas foram agredidos e expulsos das passeatas. O texto escrito por Dulci teoriza que a revolta popular registrada em junho ocorreu devido ao sucesso dos 10 anos de PT no poder - tese já defendida por Lula e por Dilma publicamente. Em nenhum momento o documento cita a queda brusca da popularidade da presidente. "O novo tempo que construímos traz consigo também novos desafios (...) o de ouvir a voz das ruas e responder criativamente aos seus anseios".
Aparelhos de Estado. Mais extensa, a tese oficial da chapa de Falcão - outro documento divulgado nesta semana - avança nessa avaliação e diz que as manifestações exigem do PT uma reformulação positiva de sua estratégia partidária. "Cabe ao PT enfrentar de uma só vez os riscos da excessiva burocratização e vinculação de seus quadros com os aparelhos de Estado. "O PT saúda as mobilizações sem ingenuidade nem reatividade. E deseja assumir, livremente, o papel de um dos vetores dessa nova cena nacional. "O documento também prega "uma cultura de esquerdas" e ousa mais na autocrítica.
No momento em que Falcão se esforça para evitar rusgas com o PMDB depois que o partido foi alvo de críticas de setores do PT, o documento assinado pelos três grupos que apoiam a candidatura dele diz, sem citar nomes, que "setores" do parlamento "antepõem obstáculos à realização da reforma política". Manifesto e tese deixam claro que, depois de dez anos no poder e sob a pressão das ruas, o PT deve resgatar o discurso de fundação do partido.
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