"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS

Doenças mais ameaçadoras recebem alguma atenção tardia

As campanhas de sáude globais gostam de atingir grandes metas. Em 30 de janeiro Bill Gates se juntou ao diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a 13 executivos do setor farmacêutico, entre outros, para pedir a erradicação, até 2020, de dez das doenças mais ameaçadoras do mundo, que afligem mais de um bilhão de pessoas. A Dracunculose, a doença do sono, a bilharzia (que os médicos chamam de esquitosomose) e outras apodrecem os tecidos e atrofiam os órgãos. Mesmo que não matem, elas vitimam crianças e drenam as energias dos adultos.

Novos esforços incluem agências de cooperação norte-americanas e britânicas, mas o ímpeto vem em grande parte de Bill Gates, um incansável campeão da saúde global. Em 26 de janeiro ele disse que iria doar US$ 750 milhões para o fundo global. Tendo anunciado em 2007 uma “meta audaciosa” de erradicar a malária, sua fundação (que recebe o seu nome e o de sua esposa, Melinda) agora está mirando as doenças tropicais negligenciadas. Ela vai dispor de US$ 363 milhões dos US$ 785 milhões, com o intuito de combater essas mazelas nos anos seguintes, até 2020.

Os parasitas e as bactérias funcionam de maneiras diferentes. Com a cegueira do rio, moscas negras espalham larvas que quando crescem destroem o tecido do olho; os mosquitos fazem o mesmo com os vermes que bloqueiam o sistema linfático na elefantíase; os nemátodos, ancilóstomos e tricurídeos nascem do solo.

Mas enquanto essas doenças geralmente vitimam as mesmas áreas, é possível utilizar várias drogas combinadas, economizando dinheiro. Alguns são céticos; fornecer drogas grátis não significa que as pessoas irão tomá-las. Bruno Gryseels do Instituto de Medicina Tropical, na Antuérpia, teme que a cobertura de regiões inteiras com medicamentos possa tornar as bactérias resistentes às drogas. Gates, por outro lado, salienta a necessidade de um bom monitoramento para evitar que isso aconteça.

Fontes:The Economist - Hot tropic
13 fevereiro de 2012

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