"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

GREVE DA PM NA BAHIA

Artigos - Governo do PT

É claro que a sociedade brasileira não tolerará por muito tempo o caos estabelecido na Bahia pelo simples motivo de que ele é destrutivo. A ausência da ordem mina inexoravelmente a legitimidade do poder estabelecido.



Até o momento em que escrevo a imprensa dá conta de 53 mortos diretamente vinculadas à greve da Polícia Militar da Bahia, mesmo com a entrada em cena de forças do Exército e da Força Nacional de Segurança Pública. Vive-se ali um momento hobbesiano. Nesses momentos é que se vê o quanto vale a ordem.

É preciso lembrar que as mortes não vieram sozinhas, mas acompanhadas de saques e desordem de todo tipo. O mal no varejo emergiu de todos os cantos. O comércio, em grande parte, paralisou suas atividades. O simples e sagrado direito de ir e vir ficou suspenso pela desordem. Os prejuízos para atividade econômica são incalculáveis.

A Bahia é um estado governado pelo PT, o mesmo que controla o Palácio do Planalto. Bem sabemos que esse partido tem sua estrutura de forças apoiada no sindicalismo, fato que o impede de exercer a devida autoridade em matéria de repressão a greves. Aqui estamos diante de um fato maiúsculo, que não permite dúvida: o poder estabelecido precisa exercer a autoridade, mas os governantes, por convicção, ou mesmo por falta dela, são incapazes de agir.

Foram ameaças desse naipe que engendraram o movimento militar de 1964. Vemos a história repetir-se. É claro que a sociedade brasileira não tolerará por muito tempo o caos estabelecido na Bahia pelo simples motivo de que ele é destrutivo. A ausência da ordem mina inexoravelmente a legitimidade do poder estabelecido. O maior compromisso do Estado com seu povo é garantir a segurança e os direitos fundamentais, estabelecidos na Constituição.

É bom lembrar que os apoiadores da greve são os mesmos que defendem, como bandeira, o desarmamento civil. Situações assim dó demonstram que o cidadão comum não pode delegar integralmente sua segurança pessoal ao Estado. Certamente não teríamos tantas mortes se a população civil estivesse armada, capacitada para a autodefesa.

O drama é que sabemos que é questão de tempo para movimentos assim chegarem a São Paulo e outros estados mais populosos. Em São Paulo especialmente, porque é alvo da tentativa de eleição do PT, a todo custo. Esta cidade, onde moro há anos, viraria um território aterrorizado em termos que nem no Iraque dos piores momentos pós-Saddam viveu.

A conclusão é uma só: é preciso repressão imediata à greve, fazendo recair toda a força da lei, para que se dobrem os que seguiram o caminho da sedição. Sem concessões e sem contemplação. A ordem é o bem mais precioso, que precisa ser entregue novamente ao povo baiano.



Assista ao comentário de Nivaldo Cordeiro em vídeo:

A greve da Polícia Militar na Bahia mostra a olho nu as contradições do Partido dos Trabalhadores, ora no poder. Este partido construiu sua história e chegou ao poder apostando no grevismo e na tática do confronto. No poder, agora teve que se dobrar ao realismo político. Do Estado espera-se a ordem, quebrada na Bahia com a greve. Pela primeira vez o discurso de autoridades petistas, como o ministro da Justiça e o governador do próprio estado, alinhou-se com essa necessidade de ordem, em nada diferindo daquele que era usado pelos militares quando no poder. Ver o Exército nas ruas de Salvador foi um grande conforto para os amantes da paz. Outro fato que vimos com a greve é a tentativa de estabelecer piso da categoria policial, promessa desde sempre do PT que foi abandonada porque não há recursos e porque é irracional. O Brasil é uma unidade política, mas não econômica. Tentar homogeneizar tudo desde Brasília não passa de atentado contra o federalismo.

Nivaldo Cordeiro
07 Fevereiro 2012

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