Na pequena rua Inhangá (Copacabana RJ), existe o bar do Chagas, onde se pratica uma das purrinhas mais cerebrais de todo o país. O jogo é a valer nada, a não ser o direito de sacanear o perdedor.Dos jogadores, a grande estrela era Julinho de Castro, suas moedas eram especiais, de Lira (ainda não existia o Euro), ele dizia que tinham sido benzidas pelo papa e enviadas por sua filha que mora na Itália.
Normalmente era o vencedor, mas quando a partida era muito difícil, e ele vencia, fechava sua peças bentas na mão e vibrando gritava: “Me chamem de mestre”.
De uma feita ele interrompe o jogo e sai para abraçar um candidato governador, que estava fazendo um corpo a corpo na rua. Consegue seu intento e volta todo sorrisos, aí me olhou e em tom de recriminação perguntou por que eu não fora a abraçar o político, dei de ombros, mas ele continuou no esporro.:
“Porra chará, é o Darcy Ribeiro, ele também é um intelectual e você tinha que ter ido cumprimentá-lo.
“Mas Julinho, ele é maluco” – respondi.
“Vejam só quem fala? Você também é maluco” insistiu ele.
“Claro que sou, mas eu não quero ser governador do Rio de Janeiro”. Fim de papo.
Estou contando isso pois fiquei indignado com a amoralidade do argumento usado em defesa do governador do Rio e Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ) que foi flagrado em promiscuidade com o dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish.
Primeiro pelo deputado Candido Vacarezza (PT-SP): “Você acha que deve se convocar um governador só porque foi a Paris? Tem gravações dele com Cachoeira? Também não há nada contra o Cavendish”. E depois pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP): “Chamar o Sérgio Cabral porque o Sérgio Cabral jantou com um empreiteiro no estrangeiro… Me parece que não há ilegalidade neste ponto, não é?”.
Ora, Cabral pode fazer o que bem quiser, mas existem coisas que são incompatíveis com seu cargo. Como ter relações de íntima amizade com um corruptor confesso, que presta serviços a seu estado Se quiser tê-las deve deixar o cargo.
Há uma gravação emblemática de Fernando Cavendish, em que este afirma: “Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘caralho’. Pode ter certeza disso!.(…) Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão!”. (ouça a gravação Guerra na quadrilha Cachoeira detona o sócio Cavendish da Delta ).
Ao que parece, a amoralidade passou a ser algo normal entre os congressistas.
(*) Fotomontagem: Francisco Cavendis, o amigo certo de Sérgio Cabral
10 de maio de 2012
giulio sanmartini
Normalmente era o vencedor, mas quando a partida era muito difícil, e ele vencia, fechava sua peças bentas na mão e vibrando gritava: “Me chamem de mestre”.
De uma feita ele interrompe o jogo e sai para abraçar um candidato governador, que estava fazendo um corpo a corpo na rua. Consegue seu intento e volta todo sorrisos, aí me olhou e em tom de recriminação perguntou por que eu não fora a abraçar o político, dei de ombros, mas ele continuou no esporro.:
“Porra chará, é o Darcy Ribeiro, ele também é um intelectual e você tinha que ter ido cumprimentá-lo.
“Mas Julinho, ele é maluco” – respondi.
“Vejam só quem fala? Você também é maluco” insistiu ele.
“Claro que sou, mas eu não quero ser governador do Rio de Janeiro”. Fim de papo.
Estou contando isso pois fiquei indignado com a amoralidade do argumento usado em defesa do governador do Rio e Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ) que foi flagrado em promiscuidade com o dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish.
Ora, Cabral pode fazer o que bem quiser, mas existem coisas que são incompatíveis com seu cargo. Como ter relações de íntima amizade com um corruptor confesso, que presta serviços a seu estado Se quiser tê-las deve deixar o cargo.
Há uma gravação emblemática de Fernando Cavendish, em que este afirma: “Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘caralho’. Pode ter certeza disso!.(…) Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão!”. (ouça a gravação Guerra na quadrilha Cachoeira detona o sócio Cavendish da Delta ).
Ao que parece, a amoralidade passou a ser algo normal entre os congressistas.
(*) Fotomontagem: Francisco Cavendis, o amigo certo de Sérgio Cabral
10 de maio de 2012
giulio sanmartini
Nenhum comentário:
Postar um comentário