Modelo de crescimento baseado no consumo depende, cada vez mais, de medidas pontuais para garantir sua sobrevida
Se a semana que se encerrou foi marcada pela divulgação de notícias dando conta de um desempenho econômico aquém do esperado pelo governo, a que se inicia traz a notícia de que a presidente Dilma Rousseff, sem conseguir esconder a irritação com a situação, está preparando um “pacotinho” a ser anunciado no próximo dia 5 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente – com medidas para estimular o consumo em setores determinados, como o de automóveis e construção civil.
Em se confirmando, será mais um sinal do esgotamento do modelo de crescimento baseado no consumo, já que depende, cada vez mais, de medidas pontuais para garantir sua sobrevida.
A meu juízo – e não estou sozinho nesse ponto de vista – a coisa é mais grave, pois indica claramente a falta de uma política econômica digna desse nome, constituída de ações de curto, médio e longo prazos, entre as quais as sempre prorrogadas reformas tributária, trabalhista e previdenciária, sem as quais os problemas estruturais da nossa economia continuarão sem solução.
Dois rápidos comentários a respeito disso tudo.
O primeiro sobre o “estilo” autoritário da presidente da República de governar, que já se tornou quadro de sucesso no programa de humor Casseta & Planeta.
O personagem Dilmandona retrata fielmente o caráter centralizador e voluntarioso de Dilma Rousseff, com pitadas constantes de inquietação e impaciência. Pena – para ela – que a solução dos problemas econômicos não dependa apenas desses ingredientes.
O segundo, a respeito do clima quase generalizado de grande otimismo presente na esmagadora maioria das análises da conjuntura econômica brasileira, veiculadas pela mídia. São raras as análises equilibradas, ponderando não apenas sobre os aspectos positivos, mas também sobre os problemas reais que temos pela frente. Considerando que entre os analistas que embarcaram no clima de euforia geral tem muita gente bem preparada, não há como não ficar com a pulga atrás da orelha.
A propósito, recomendo a leitura do recém-lançado livro de Fabio Giambiagi e Armando Castelar Pinheiro intitulado Além da euforia: riscos e lacunas do modelo (Editora Campus, 2012). Afinal, uma dose de realismo não faz mal a ninguém.
22 de maio de 2012
Vice-presidente do Instituto Liberal
A meu juízo – e não estou sozinho nesse ponto de vista – a coisa é mais grave, pois indica claramente a falta de uma política econômica digna desse nome, constituída de ações de curto, médio e longo prazos, entre as quais as sempre prorrogadas reformas tributária, trabalhista e previdenciária, sem as quais os problemas estruturais da nossa economia continuarão sem solução.
Dois rápidos comentários a respeito disso tudo.
O primeiro sobre o “estilo” autoritário da presidente da República de governar, que já se tornou quadro de sucesso no programa de humor Casseta & Planeta.
O personagem Dilmandona retrata fielmente o caráter centralizador e voluntarioso de Dilma Rousseff, com pitadas constantes de inquietação e impaciência. Pena – para ela – que a solução dos problemas econômicos não dependa apenas desses ingredientes.
O segundo, a respeito do clima quase generalizado de grande otimismo presente na esmagadora maioria das análises da conjuntura econômica brasileira, veiculadas pela mídia. São raras as análises equilibradas, ponderando não apenas sobre os aspectos positivos, mas também sobre os problemas reais que temos pela frente. Considerando que entre os analistas que embarcaram no clima de euforia geral tem muita gente bem preparada, não há como não ficar com a pulga atrás da orelha.
A propósito, recomendo a leitura do recém-lançado livro de Fabio Giambiagi e Armando Castelar Pinheiro intitulado Além da euforia: riscos e lacunas do modelo (Editora Campus, 2012). Afinal, uma dose de realismo não faz mal a ninguém.
22 de maio de 2012
Vice-presidente do Instituto Liberal
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