"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 20 de junho de 2012

ERUNDINA APROVEITA PARA FATURAR A SÚBITA NOTORIEDADE

A política brasileira está cada vez mais rasteira, vive-se um tempo de permissividade, em que as convicções vão por água abaixo, num festival de ilusionismo ideológico. Cada um quer levar mais vantagem do que o outro. A política se resume a isso.

Na coalizão de São Paulo, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores de Lula, por exemplo, já não faz jus ao nome, o Partido Socialista Brasileiro de Eduardo Campos não tem mais nada de socialista, assim como Partido Progressista de Paulo Maluf deveria ser denominado Partido Reacionário.

Indicada a vice de Fernando Haddad (PT), a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) só aceitou porque ganharia visibilidade política e cobertura garantida na mídia, para facilitar sua próxima candidatura a deputada federal em 2014.

Recorde-se que ela tinha tudo para virar as costas ao PT, que em 2003 a suspendeu por um ano, quando foi convidada, pelo então presidente Itamar Franco, para se tornar ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal. Desde então, ficou marginalizada no PT, até que, em 1997, depois de 17 anos de militância, deixou o partido.

Agora, 15 anos depois, foi convidada para ser vice do petista Haddad e aceitou, repita-se, exclusivamente para ganhar espaço na mídia. Mas não aguentou a hipocrisia da aliança do PT com Paulo Maluf, criticou publicamente a insólita coalizão. Com isso, ganhou ainda mais divulgação. E depois resolveu abandonar a candidatura a vice-prefeita, abrindo uma cratera na campanha de Haddad.

O desconforto de Erundina foi evidenciado segunda-feira, após ela conceder entrevistas aos sites da revista “Veja” e do jornal “O Globo”, afirmando que pretendia rever sua permanência na chapa de Haddad. E na terça-feira desistiu, ganhando uma notoriedade que há tempos não tinha.
E daqui para a frente continuará tendo, porque seu partido se mantém ligado à campanha de Haddad e ela, a maior estrela, fica de fora, mas sempre no foco da mídia. Genial.
20 de junho de 2012
Carlos Newton

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