"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 20 de junho de 2012

LULA JOGANDO DE PÁ NO VENTILADOR DO TETO


A trapalhada da pré candidatura à prefeitura paulista de Fernando Haddad, entrou no perigoso caminho da galhofa.
Os erros vem desde a escolha do candidato. Lula por vontade própria, sem saber-se bem porque, resolveu ungi-lo para o cargo. Ele nada tinha a apresentar, sem experiência político-partidária, trazia ainda a agravante de ter sido um mau ministro.



Os erros foram acontecendo em cadeia; primeiro desprezou-se a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy. Lula literalmente a jogou para escanteio, pois era ela quem pretendia a indicação do partido. Marta, como bom cabrito (cabra?), não berrou, mas ficou na dela, e se não podia atrapalhar Haddad, pelo menos não o ajudava. Este, meio isolado, não conseguia passar dos 3% na preferência dos eleitores e Lula deduziu que alguma coisa deveria ser feita.

Trouxe para a ribalta a legendária figura da ex-prefeita Luiza Erundina (PSB-SP), deu uma nova vida à candidatura, mas Lula não consegue fazer nada bem feito e trouxe também o arqui-inimigo do partido e de Luiza, o pulha Paulo Maluf.
Logo no início causou mal estar e Erundina resolveu, por causa de Maluf, não bater chapa com Haddad. Todavia na terça feira pela manhã, ela voltou atrás e disse que continuaria na disputa.
“Não sou de recuar. Não diria agora eu vou retirar, absolutamente.
Vamos manter a decisão, porque é uma decisão partidária. Vou me empenhar e fazer o melhor que eu puder para dar minha contribuição. Mas vou procurar demarcar campo, de um lado estará o seu Maluf e de outro estaremos nós, eu e setores da sociedade que não concordam com essa aliança” – disse Erundina, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

A deputada manteve as críticas ao acordo com Maluf, classificada por ela de “constrangedor”. Também disse que com a aliança a vitória ficará “muito mais difícil”. Ela ainda ironizou o slogan da campanha de Haddad, “O homem novo para um tempo novo”:
“O Maluf é novo? Pelo amor de Deus!”.

Contudo, algumas horas depois, ela voltou atrás da volta atrás. Por intermédio de Eduardo Campos, presidente do PSB, ela mandou o recado que não aceitaria fazer campanha ao lado de Maluf.

Numa entrevista coletiva, Campos afirmou que o PSB segue na aliança com Haddad e, ao mesmo tempo, respeita a posição de Erundina. Ele adotou um discurso pragmático sobre o acordo envolvendo o PP: “Tem alianças com que você concorda, tem outras com que você não concorda, mas quando você entra numa aliança você sabe que não tem controle sobre todo o processo”.
O fato de Haddad ter avisado que a vaga de vice está aberta, certamente inspirou Roque Sponholz a fazer charge que está acima.

20 de junho de 2012
giulio sanmartini

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