O acordo firmado entre Lula e Paulo Maluf, nos jardins suspensos da mansão do deputado, marcado por efusivos apertos de mãos e abraços entre o ex-presidente e aquele que nega ser titular de uma conta de 342 milhões de dólares no Citibank da Ilha Jersey, foi um rematado desastre político para o grande eleitor de Dilma Roussef e fundador do Partido dos Trabalhadores.
Irremediável sob todos os aspectos. O olhar jovem e um sorriso forçado de Fernando Haddad, o homem objeto do apoio impossível, magnificamente captados por Eliária Andrade (O Globo) e Moacir Lopes (Folha de São Paulo) não deixam dúvida quanto a impropriedade da cena.
Manchete principal dos dois jornais, terça-feira, e também de O Estado de São Paulo. No Globo, o texto é de Sérgio Roxo. Na FSP, de Fernando Melo Franco e Diógenes Campanha. Vão ser remetidos para a enciclopédia brasileira das contradições.
Pena que Antonio Houaiss não esteja mais entre nós. Com toda essa importância, aliás negativa para Luiz Inácio, surpreende que a TV Globo não tenha programado exibido a matéria no Jornal Nacional de segunda-feira. Escrevo este artigo na tarde de terça. Pode ser que à noite ela tenha entrado no JN. Até incluindo a repercussão.
Mas nem por isso a falha deixa de existir. O editor do telejornal não pesou devidamente o assunto. Deixou o teor e o tema, na verdade o teorema, para os jornais do dia seguinte. Tecnicamente nada explica a lacuna. A começar pelo fato de a Globo News, no jornal das seis, ter divulgado e comentado o surpreendente acontecimento. Inclusive foi chamada a sucursal de Brasília para ouvir Cristiana Lobo, comentarista da rede.
Isso prova, mais uma vez, que nem sempre o meio é a mensagem. Muitas vezes é, porém nem sempre. A meu ver, nada substitui o conteúdo da matéria. Um conteúdo fraco não conduz mensagem alguma. O que sustenta o meio, no caso o transporte da notícia e da opinião, é a força de que se reveste. E tenho a certeza, como digo sempre, que não existe no mundo veículo de comunicação, por mais forte que seja, que se torne mais forte do que a verdade. Do que a verdade e da oportunidade. Os fatos comprovam. Poderia citar vários exemplos, mas não vale a pena.
O essencial é o absurdo completo da atitude de Lula. O ex-presidente foi ao encontro de alguém cuja prisão foi decretada pela Justiça de Nova Iorque, procurado pela Interpol por iniciativa do FBI, e que, por isso mesmo, não pode sair do Brasil. Se sair e for parar num país que possua tratado com os EUA, acontecerá com ele o que ocorreu com Salvatore Cacciola quando cruzou a fronteira italiana e chegou a Mônaco.
Foi com esse homem, adversário amargo e eterno do PT, que Lula foi se encontrar no palacete dos Jardins paulista. Para Maluf foi ótimo, como disse minha mulher, comentando o fato. O ex-presidente esqueceu o passado recente e endossou politicamente o ex-prefeito e ex-governador.
Inclusive, um dos motivos que levaram à criação do PT, em 1980, foi exatamente a oposição e o combate a Paulo Maluf e a tudo que ele representava. E representa, sem dúvida. Lula omitiu tudo que houve.
Assim, a contradição é total. E para quê? Para nada. Porque Erundina desistiu e a reação de quadros do próprio Partido dos Trabalhadores a tão estranha adesão, que já era grande, passou a ser maior. Lula com Maluf não vai conseguir fazer Haddad decolar, tampouco evitar sua derrota nas urnas de São Paulo. É só esperar o dia 7 de outubro.
Irremediável sob todos os aspectos. O olhar jovem e um sorriso forçado de Fernando Haddad, o homem objeto do apoio impossível, magnificamente captados por Eliária Andrade (O Globo) e Moacir Lopes (Folha de São Paulo) não deixam dúvida quanto a impropriedade da cena.
Manchete principal dos dois jornais, terça-feira, e também de O Estado de São Paulo. No Globo, o texto é de Sérgio Roxo. Na FSP, de Fernando Melo Franco e Diógenes Campanha. Vão ser remetidos para a enciclopédia brasileira das contradições.
Pena que Antonio Houaiss não esteja mais entre nós. Com toda essa importância, aliás negativa para Luiz Inácio, surpreende que a TV Globo não tenha programado exibido a matéria no Jornal Nacional de segunda-feira. Escrevo este artigo na tarde de terça. Pode ser que à noite ela tenha entrado no JN. Até incluindo a repercussão.
Mas nem por isso a falha deixa de existir. O editor do telejornal não pesou devidamente o assunto. Deixou o teor e o tema, na verdade o teorema, para os jornais do dia seguinte. Tecnicamente nada explica a lacuna. A começar pelo fato de a Globo News, no jornal das seis, ter divulgado e comentado o surpreendente acontecimento. Inclusive foi chamada a sucursal de Brasília para ouvir Cristiana Lobo, comentarista da rede.
Isso prova, mais uma vez, que nem sempre o meio é a mensagem. Muitas vezes é, porém nem sempre. A meu ver, nada substitui o conteúdo da matéria. Um conteúdo fraco não conduz mensagem alguma. O que sustenta o meio, no caso o transporte da notícia e da opinião, é a força de que se reveste. E tenho a certeza, como digo sempre, que não existe no mundo veículo de comunicação, por mais forte que seja, que se torne mais forte do que a verdade. Do que a verdade e da oportunidade. Os fatos comprovam. Poderia citar vários exemplos, mas não vale a pena.
O essencial é o absurdo completo da atitude de Lula. O ex-presidente foi ao encontro de alguém cuja prisão foi decretada pela Justiça de Nova Iorque, procurado pela Interpol por iniciativa do FBI, e que, por isso mesmo, não pode sair do Brasil. Se sair e for parar num país que possua tratado com os EUA, acontecerá com ele o que ocorreu com Salvatore Cacciola quando cruzou a fronteira italiana e chegou a Mônaco.
Foi com esse homem, adversário amargo e eterno do PT, que Lula foi se encontrar no palacete dos Jardins paulista. Para Maluf foi ótimo, como disse minha mulher, comentando o fato. O ex-presidente esqueceu o passado recente e endossou politicamente o ex-prefeito e ex-governador.
Inclusive, um dos motivos que levaram à criação do PT, em 1980, foi exatamente a oposição e o combate a Paulo Maluf e a tudo que ele representava. E representa, sem dúvida. Lula omitiu tudo que houve.
Assim, a contradição é total. E para quê? Para nada. Porque Erundina desistiu e a reação de quadros do próprio Partido dos Trabalhadores a tão estranha adesão, que já era grande, passou a ser maior. Lula com Maluf não vai conseguir fazer Haddad decolar, tampouco evitar sua derrota nas urnas de São Paulo. É só esperar o dia 7 de outubro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário