Uma bomba relógio está sobre a mesa de Blatter na sede da Fifa
Não tenho dúvidas de que a FIFA é uma família do crime organizado e que Joseph Blatter mantém a sua influência distribuindo fartamente ingressos da Copa do Mundo.”
Mais: “Nas duas décadas foram pagos grandes subornos por uma empresa suíça de marketing esportivo por terem sido concedidos contratos lucrativos para a Copa do Mundo FIFA. Essa empresa, a ISL, foi à falência no início de 2001 e os gângsters na FIFA têm tentado desesperadamente, desde então, minar as investigações realizadas por promotores criminais.”
O AUTOR
São textos do repórter Andrew Jenning, em entrevista ao blog do deputado Romário, já amplamente divulgado.
Mas repito as manifestações reforçando a campanha que cresce no país para eliminar o nome de “João Havelange” do Estádio Engenhão, no Rio.
Esse senhor, que sintetiza a corrupção do esporte no país, não merece ser lembrado.
SUSPEITAS
Jennings lançou em 1992 as suspeitas de que o esporte de alto rendimento escondia espetacular corrupção universal.
Os primeiros dados estão em “Os senhores dos anéis – Poder, dinheiro e drogas nas Olimpíadas modernas”.
Trata-se de pioneiro livro de jornalismo investigativo no esporte, com um capítulo exclusivo sobre como João Havelange chegou ao poder da Fifa.
HOMENAGEM
Agora, apesar da vergonha e vexame internacionais de vermos dois brasileiros expulsos dos principais órgãos do esporte, Fifa e Comitê Olímpico Internacional, é a vez de festejarmos a vitória do jornalismo investigativo sobre a corrupção;
da liberdade de imprensa e da transparência sobre os trambiques milionários, realizados mundo afora, à sombra das emoções do esporte.
MEMÓRIA
Em 2001, o Congresso Nacional promoveu duas CPIs, na Câmara e no Senado, sobre os bastidores do futebol brasileiro.
E não conseguiu, através da Justiça, um só indiciamento, apesar da farta documentação sobre evasão de dinheiro e sonegação fiscal nas operações de clubes, federações e CBF.
Portanto, se o Brasil político-esportivo acompanha a punição dos ex-poderosos cartolas através da Justiça estrangeira deve isso ao trabalho de duas décadas de Andrew Jennings.
A democracia e a liberdade de imprensa saem fortalecidas dessa investigação que, com certeza, terá desdobramentos que baterão no atual presidente, Joseph Blatter, como revela Jennings no primeiro capítulo de seu livro, “Jogo Sujo”.
Havelange e Teixeira não são atores isolados nesse episódio. Uma bomba-relógio está sobre a mesa de Blatter, na sede da Fifa.
Para saber mais: Jogo Sujo – O mundo secreto da Fifa, compra de votos e escândalo de ingressos – Andrew Jennings – Panda BooksC.
Como eles roubaram o jogo – Segredos e subterrâneos da Fifa – David A. Yallop – Editora Record
20 de julho de 2012
josé cruz
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