Governo de Evo Morales se nega a conceder salvo-conduto para senador da oposição, Roger Pinto
A Bolívia acusou o embaixador brasileiro do país, Marcel Biato, de “ingerência” e de “pressionar” o governo boliviano para conceder um salvo-conduto para o senador da oposição Roger Pinto.
O senador, que alega sofrer de perseguição política e ameaças de morte, pediu asilo político ao Brasil e está abrigado há 53 dias na embaixada brasileira em La Paz.
No entanto, a Bolívia não emitiu um salvo-conduto para que o líder da bancada de oposição ao governo de Evo Morales possa deixar o local e se dirigir ao aeroporto.
Na Embaixada, o senador permanece em um quarto improvisado, onde lê jornais, fala com a família pelo celular e recebe políticos de seu partido, a Convergência Nacional.
A atitude da Embaixada brasileira irritou o governo de Evo Morales, que se nega a autorizar a saída do político do país.
De acordo com a ministra das Comunicações boliviana, Amanda Dávila, a concessão de um salvo-conduto para Roger Pinto, que responde a 20 processos na Justiça, seria ilegal. Para Marcel Biato, não há possibilidade de recuo por parte da Embaixada: “Continua o diálogo entre os dois lados.
Do nosso lado, só pode evoluir para abrigá-lo aqui em território nacional”, afirma o embaixador. “É uma situação incômoda para o lado boliviano e para o brasileiro. Precisamos lidar com diplomacia”.
O Brasil tem sido acusado por ativista e opositores à esquerda de Morales de tentar impor seus interesses a La Paz de modo “subimperialista”. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não há estremecimento na relação do Brasil com a Bolívia.
O Itamaraty afirmou que acredita que o episódio não trará consequências às empresas brasileiras instaladas na Bolívia.
20 de julho de 2012
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