"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 15 de setembro de 2012

MENSALÃO II

Caixa do esquema foi abastecido também com dinheiro de empresários corruptores

 
Palacianos na mira – Aos valores remetidos ao exterior, trazidos de volta ao Brasil por meio dos empréstimos fictícios surgidos no seio do Mensalão do PT, somou-se o dinheiro desviado dos cofres públicos, operação que já levou à condenação alguns dos réus do maior escândalo de corrupção da história política nacional.

Fora isso, o caixa do Mensalão do PT foi reforçado por polpudos aportes financeiros, efetuados por empresários oportunistas que necessitavam corromper algumas autoridades palacianas.

Esse sistema criminoso tinha como base, supostamente legal, a contratação de campanhas publicitárias superfaturadas de forma escandalosa.
O valor acima do praticado pelo mercado publicitário foi utilizado para rechear o lamacento caixa do Mensalão do PT. Essa operação tinha como pano de fundo empresas de telefonia, em cujos quadros societários apareciam conhecidos fundos de pensão.

Como a maioria dos fundos de pensão é controlada por integrantes da esquerda brasileira, a ideia era corromper as autoridades que davam ordens aos seus dirigentes. Um estudo mais aprofundado sobre a oscilação da participação acionária dos fundos de pensão em algumas empresas de telefonia por certo exporia os escaninhos de um dos mais acintosos braços do Mensalão do PT.

Durante a CPI dos Correios, muitos dos envolvidos no esquema tiveram os nomes inseridos em requerimentos de audiência, que acabaram rejeitados por conta da ação de alguns parlamentares da oposição, que não queriam ver seus financiadores sentados no banco dos réus. O principal envolvido na criminosa operação se livrou do indiciamento após despejar verdadeira fortuna nos bastidores do parlamento.

Caso as autoridades policiais que participaram da Operação Satiagraha tivesse se dedicado a determinadas investigações, o esquema acima seria facilmente descoberto. Há também a possibilidade de o esquema não ter sido incluído no inquérito para poupar o capítulo palaciano do Partido dos Trabalhadores, que à época trabalhava intensamente nos bastidores para conter os efeitos colaterais do Mensalão do PT.

O fato de a Operação Satiagraha ter fechados os olhos para o tema desta matéria ficou evidente nas seguidas declarações de alguns participantes das investigações, que da noite para o dia passaram a tecer repentinos elogios ao então presidente Lula e ao seu partido.

15 de setembro de 2012
ucho.info

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